Nesta semana, em discurso durante a abertura da 76ª Assembleia Mundial de Saúde, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou sobre a importância de o planeta estar preparado para enfrentar futuras crises.
Embora tenha destacado a melhora no cenário epidemiológico das duas doenças que tiveram a emergência encerrada recentemente, a Covid-19 e a Mpox, Tedros disse que os países precisam agir agora para acelerar a resposta contra possíveis novos patógenos – ou até mesmo contra variantes do coronavírus que voltem a preocupar.
— Permanece a ameaça do surgimento de outra variante (da Covid-19) que cause novos surtos de doenças e mortes. E a ameaça de outro patógeno emergente com potencial ainda mais mortal (também) permanece — afirmou o diretor-geral.
— E as pandemias estão longe de ser a única ameaça que enfrentamos. Em um mundo de crises sobrepostas e convergentes, uma arquitetura eficaz para preparação e resposta a emergências de saúde deve abordar emergências de todos os tipos — continuou.
Ele cita como exemplo a criação, no ano passado, do Fundo Pandêmico do Banco Mundial, um orçamento de US$ 1,6 bilhão para preparação e resposta a pandemias em todo o mundo. Além disso, a organização lançou um centro de Inteligência Pandêmica e Epidêmica e, mais recentemente, a Rede Internacional de Vigilância de Patógenos.
— Se não fizermos as mudanças que devem ser feitas, quem o fará? E se não os fizermos agora, quando? Quando a próxima pandemia bater à nossa porta, e ela baterá, devemos estar prontos para responder de forma decisiva, coletiva e equitativa — defendeu Tedros.
Agora, a organização tem se empenhado na assinatura do “acordo pandêmico”, um tratado entre os Estados membros que busca garantir uma resposta unificada a futuras emergências, com equidade no acesso a testes, tratamentos, vacinas e outras ferramentas necessárias durante as crises.
— É um compromisso geracional de que não voltaremos ao antigo ciclo de pânico e negligência que deixou nosso mundo vulnerável, mas avançaremos com um compromisso compartilhado de enfrentar ameaças compartilhadas com uma resposta compartilhada — disse sobre o acordo.
— É por isso que dizemos que a pandemia é um compromisso geracional: um compromisso desta geração é importante porque esta geração experimentou o quão terrível um pequeno vírus pode ser — complementou.