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segunda-feira 3 de março de 2025 às 09:53h

Direita já tem lista de nomes para suceder Tarcísio em SP se governador não disputar a reeleição

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


A possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência fez surgir na direita uma lista de nomes interessados em assumir seu cargo no Palácio dos Bandeirantes. Aliados que antes miravam a vice ou o Senado agora recalculam a rota e tentam se viabilizar como candidatos – de preferência, com a bênção do governador.

Políticos da direita avaliam que, sem Tarcísio na disputa, há um vácuo de liderança em São Paulo e qualquer do nome do campo pode se tornar competitivo. Por isso, a corrida para ocupar espaço e ganhar força já começou.

São os casos do deputado federal Ricardo Salles (Novo) e do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), que, apesar de mirarem inicialmente o Senado, agora avaliam a sucessão estadual.

“Se o Tarcísio for candidato a presidente, eu vou me candidatar a governador. Do contrário, mantenho o Senado mesmo”, afirmou Salles ao Estadão. O deputado afirmou que o plano B tem o aval do Novo, partido ao qual retornou em agosto do ano passado, após o PL barrar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.

Presidente do PP, Ciro Nogueira (PI) também confirmou que a candidatura de Derrite ao Senado está atrelada à reeleição de Tarcísio. Se o governador decidir se aventurar na disputa à Presidência, Derrite entra automaticamente na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, diz o dirigente nacional e senador da República. O mercado financeiro também estuda a viabilidade do secretário suceder o governador.

Derrite, porém, tem dito a interlocutores que seu foco é o Senado e que não pretende disputar o Executivo paulista. Ele apareceu em segundo lugar em um levantamento recente da Paraná Pesquisas, com 17,6%, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (PL), com 33,1% — a eleição de 2026 terá duas vagas para senador.

O secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), e o presidente da Alesp, André do Prado (PL), antes cotados para a vice, também passaram a se movimentar para encabeçar a chapa. Além deles, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pode renunciar para disputar o governo do estado, como mostrou o Estadão. A ideia tem entre seus principais entusiastas o presidente do MDB, Baleia Rossi.

Publicamente e nos bastidores, Tarcísio descarta concorrer ao Palácio do Planalto e reafirma que buscará a reeleição. Aliados, porém, acreditam que o cenário pode mudar, especialmente diante da queda na popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles ressaltam, no entanto, que qualquer movimento de Tarcísio dependeria de uma indicação clara de Jair Bolsonaro (PL) de que o governador é o seu sucessor.

Integrantes do PP dão como certa a filiação de Derrite ao partido, informação publicada pela Folha de S.Paulo e repetida ao Estadão por lideranças da sigla. O secretário, porém, é enfático ao negar o acerto. “Tenho muitos amigos no PP, mas não tem nada certo. Está muito cedo e a janela partidária é só em março do ano que vem. Só vou mudar de partido se for um pedido do presidente Bolsonaro ou do governador Tarcísio para ter uma acomodação partidária [na chapa]”, disse Derrite.

O cálculo do PP é que o PL já lançará Eduardo Bolsonaro e dificilmente conseguirá emplacar um segundo candidato a senador na chapa sem desagradar outras legendas aliadas a Tarcísio.

Pesa a favor de Derrite o protagonismo que ele terá na discussão sobre a reforma do sistema de justiça criminal que é uma das pautas do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Os dois inclusive já conversaram sobre o assunto. O objetivo é alterar a legislação para atacar o problema da impunidade e endurecer regras em temas como audiência de custódia, progressão de regime e reincidência dos criminosos.

Algo semelhante ocorreu em 2024, quando o secretário deixou o cargo temporariamente para relatar o projeto que acabou com as “saidinhas” de presos. Embora o fim das saidinhas tenha sido um trunfo, Derrite enfrentou uma crise no governo estadual após uma série de casos de abusos policiais. O episódio fez o secretário balançar no cargo e pode ser explorado durante a campanha.

“Se ele quer ser candidato a senador, ele não vai ter vaga no PL. A única porta que ele teria é o PP, acredito eu. Ele sempre foi PP, na verdade. Ele [apenas] está no PL”, disse o deputado estadual Delegado Olim (PP). Segundo o parlamentar, Derrite seria um “nome forte” para o governo, mas indicou que PL e Republicanos podem colocar empecilhos.

Pupilo de Valdemar Costa Neto (PL), André do Prado já vinha sendo ventilado como possível nome para compor a chapa com Tarcísio. Ele ganhou a confiança do governador após viabilizar a aprovação de todos os projetos do Executivo Estadual na Alesp e, embora de perfil moderado, tem se aproximado de Bolsonaro na tentativa de conquistar a simpatia do ex-presidente.

Diante do cenário embolado, interlocutores afirmam que Prado pode emergir como opção caso Tarcísio fique fora da disputa estadual. Conta a favor dele o fato de já ter experiência no Executivo, como prefeito de Guararema (SP), e ser considerado um hábil articulador com bom trânsito em partidos de centro e direita. No Legislativo, a capacidade de diálogo dele é elogiada mesmo por integrantes da oposição.

Os pretendentes terão que enfrentar a força de Gilberto Kassab (PSD), também de olho no cargo. Secretário de Governo na gestão Tarcísio, ele transformou o PSD no maior partido do Brasil e de São Paulo em número de prefeitos e recentemente fez acenos a Bolsonaro para tentar driblar a resistência do ex-presidente ao seu nome.

Interlocutores de Kassab afirmam que um de seus trunfos é levar o partido a apoiar Tarcísio nacionalmente, dando capilaridade à empreitada, em troca do endosso do governador às suas pretensões em São Paulo. O dirigente partidário tem afirmado que a formação da chapa será liderada por Tarcísio e que o PSD seguirá o que for definido pelo chefe do Executivo paulista.

Enquanto a direita disputa espaço, a esquerda ainda busca alternativas. O ministro Márcio França (PSB) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aparecem como opções, mas França, apesar de demonstrar interesse em concorrer, enfrenta resistência dentro do partido. Parte do PSB defende que ele dispute uma vaga na Câmara para fortalecer a bancada, o que pode inviabilizar sua candidatura ao governo.

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