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segunda-feira 12 de dezembro de 2022 às 07:28h

Diplomação, PEC na Câmara e novos ministros: veja como será a semana de Lula

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, terá uma semana decisiva para o seu futuro governo a partir de hoje. Além da diplomação — cerimônia que marca o fim do processo eleitoral — o petista conta com a aprovação da “PEC da Transição” na Câmara para destravar o Orçamento de 2023 e deverá divulgar uma nova leva de indicações de ministros para dar uma cara ao primeiro escalão da sua gestão. A reportagem é de  Sérgio Roxo, Bruno Góes, Bruno Abbud e Mariana Muniz, do O Globo.

Cerca de 300 convidados de Lula estarão no TSE quando Lula será diplomado presidente eleito, juntamente com seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). O ato será presidido pelo ministro Alexandre de Moraes. Essa é a última etapa legal antes da posse do presidente, dia 1º de janeiro. Na diplomação, há o simbolismo da entrega de um documento à pessoa eleita pela maioria dos brasileiros durante as eleições.

Há 20 anos, ao ser diplomado pela primeira vez, o petista se emocionou.

— E eu, que, durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho como meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país — disse Lula em 2002.

O plano do presidente eleito era só fazer anúncio de ministros depois de ser diplomado. Porém, na sexta-feira, o petista resolveu se antecipar e anunciou os escolhidos para cinco postos. Lula alegou que os nomes já estavam definidos e que era importante algumas áreas já terem interlocutores oficiais. Foram nomeados Fernando Haddad para a Fazenda, Rui Costa para a Casa Civil, Flávio Dino para a Justiça, Mauro Vieira para as Relações Exteriores e José Múcio para a Defesa.

Na próxima semana, serão priorizados os titulares de pastas de grande orçamento responsáveis por políticas públicas que impactam diretamente a vida da população. São dadas como certas as nomeações dos ministros da Educação, Saúde, Relações Institucionais e Planejamento. Lula tem a intenção de definir, até sexta-feira, mais da metade de seu primeiro escalão.

Antes de fazer os novos anúncios, Lula quer ver a “PEC da Transição” ser aprovada na Câmara. O texto, que passou no Senado na semana passada, abre espaço para um gasto de R$ 168 bilhões e terá validade de dois anos. O dinheiro vai ser destinado para pagar o Bolsa Família no valor de R$ 600 e mais um extra de R$ 150 para cada criança de até seis anos, aumento real do salário mínimo e a reposição do orçamento de programas de saúde e educação, além de investimentos.

Segurança reforçada

Lula deve deixar Brasília para participar do Natal dos catadores em São Paulo, na quinta-feira, evento que comparece desde o seu primeiro mandato. Nesta semana também está previsto um evento de encerramento do trabalho dos grupos técnicos de transição, que elaboraram relatórios sobre a situação do país em cada área. O texto final feito pela equipe de transição deve ser apresentado no dia 22.

Fora do TSE, a diplomação será marcada por um forte esquema de segurança. Muitos acreditam que a cerimônia ganhou mais peso — e risco — depois que trumpistas invadiram o Capitólio no dia da diplomação de Joe Biden, em 2021. A segurança do TSE será feita internamente pela Polícia Federal (PF), responsável pela proteção do presidente eleito desde a campanha, e pela Polícia Militar do Distrito Federal, que cuidará da área externa no tribunal.

— Haverá o controle de acesso e o isolamento da área. Fora isso, não há necessidade de snipers ou equipamento antidrone, porque as autoridades virão em carros blindados e logo adentrarão o prédio — disse Júlio Danilo, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ao GLOBO.

A presença de manifestantes bolsonaristas, que nas redes sociais prometem impedir a diplomação de Lula, será repelida pela PM do DF. Agentes à paisana irão monitorar a parte externa do prédio. Além disso, a secretaria monitora o ato antidemocrático instalado na frente do Quartel-General do Exército, de onde os manifestantes planejam partir para o TSE.

– Vamos estar preparados para qualquer tentativa (de impedir a diplomação). Se os manifestantes aparecerem, não vão conseguir acessar o tribunal — disse o secretário.

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