segunda-feira 23 de dezembro de 2024
O ex-ministro da Justiça Flávio Dino tomou posse na quinta como ministro do STF — Foto: Sergio Lima / AFP
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terça-feira 27 de fevereiro de 2024 às 18:00h

Dino, em 1ª sessão no STF, vota contra arquivar ação sobre advogado suspeito de operar propina

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Em seu primeiro voto em uma sessão presencial no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (27) o ministro Flávio Dino se manifestou contra o arquivamento de uma ação que acusa um advogado de exploração de prestígio e lavagem de dinheiro em ação na qual também foram denunciados um juiz federal aposentado e ex-assessores da Justiça.

O caso foi levado para julgamento na Primeira Turma do Supremo, composta por cinco ministros.

Dino votou com Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes contra o arquivamento, e desempatou o caso, que teve um placar de 3 a 2.

Foram derrotados os ministros Luiz Fux e Cristiano Zanin, que se manifestaram a favor de trancar a ação.

Ao votar, Dino disse que houve na acusação “indícios de corroboração” da delação premiada que deu origem às investigações relacionadas ao caso.

Ele também afirmou que sua decisão prestigia o entendimento das cortes inferiores, que decidiram a favor da continuidade da ação.

“O Supremo tem este nome eloquente, mas nós tivemos decisões do TRF-5 [Tribunal Regional Federal da 5ª Região] e do STJ [Superior Tribunal de Justiça] no sentido de reconhecimento da justa causa e de requisitos”, afirmou Dino.

O advogado é suspeito de ter sido um operador de propinas para supostamente influenciar votos do TRF-5, que é sediado em Pernambuco.

O esquema investigado envolve suspeitas de pagamentos de propinas que teriam como destinatários magistrados para que eles dessem votos a favor de um ex-diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte.

A defesa do advogado disse que não houve crime de exploração de prestígio e que a suposta lavagem de dinheiro viria, na verdade, de seus trabalhos lícitos na advocacia. Por isso, não haveria delito.

Apesar de ser o primeiro voto de Dino em uma sessão presencial, o ministro, que tomou posse no último dia 22, já votou em outras ocasiões de forma virtual desde então.

O primeiro voto do ministro foi nesta segunda (26), em um processo que discute se há vínculo de emprego entre um motorista e a Uber.

Ele foi favorável em transformar o tema em repercussão geral, quando a decisão a ser tomada vale para todos os processos com o mesmo assunto.

Decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) reconheceu o direito à carteira assinada do prestador de serviços, e agora o STF vai definir se o recurso extraordinário da Uber contra a medida vale para todos os demais casos do tipo no país ou não.

Dino foi o segundo a se manifestar sobre o caso. Ele acompanhou o ministro Edson Fachin, relator do caso, que já havia votado pela existência de repercussão geral.

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