Como ficou claro desde o início, o governo gostaria que os recursos esquecidos em bancos – solução encontrada pelo Senado para compensar a continuidade da desoneração da folha de pagamentos – fossem usados para abater o déficit primário público. Principalmente, de acordo com Célia Froufe, do Broadcast, neste e no próximo ano, quando o grosso do dinheiro deve ser transferido para a União, dado o estoque de R$ 8,5 bilhões. Isso não será feito, no entanto, porque o Banco Central argumentou que, para a instituição, fazer a compilação para esse fim, não seria algo de acordo com as práticas internacionais.
De qualquer forma, os recursos poderão ser usados para diminuir o nível do endividamento do governo, o que é algo a se comemorar pelo Ministério da Fazenda. Até meados do ano, o mercado financeiro não enxergava chances de o governo cumprir a meta de 2024, de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos. Desde então, o foco dos analistas passou a ser o aumento da dívida brasileira, em especial a de médio prazo.
“Ainda que o BC tenha argumentado sobre a questão do primário e que o dinheiro não vá para a meta, vai ajudar a diminuir a dívida, que é a grande questão do momento”, comentou a fonte. Ontem, continuou o interlocutor, houve um aumento do juro de longo prazo no Brasil, o que “machuca” muito o País.
Ele assegurou, porém, que, mesmo com a troca de comando da autoridade monetária – de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo a partir de 2025 – este é um assunto que está encerrado e não será alterado, ainda que haja visões diferentes sobre o tema dentro do governo. “Não será um cavalo de batalha”, garantiu.
Ainda que esteja fazendo a intermediação em relação a dúvidas técnicas, a Fazenda vem fazendo questão de enfatizar que a saída do uso do SVR e outros depósitos para a compensação não saiu do Executivo, mas que foi encontrada pelos senadores