Quando alguém pensa em fazer uma viagem internacional, é comum focar primeiro em passagens, hospedagem e nos passeios a lugares que gostaria de conhecer. Mas, há um outro fator importante na hora de planejar as férias: conhecer a moeda local e pesquisar as formas de pagar as despesas.
Há três opções para lidar com o dinheiro em viagens internacionais: levá-lo em espécie, habilitar um cartão internacional ou adquirir um cartão pré-pago.
Confira, abaixo, as dicas de planejamento financeiro, as principais características de cada uma destas opções e as vantagens que elas trazem em situações comuns de viagem.
Planejando os gastos
É importante ter uma ideia dos custos das despesas locais para estimar quanto vai gastar e o que poderá ser pago em dinheiro ou cartão.
Para estimar estes custos, o turista deve antecipar algumas situações, como se vai pegar muito transporte público ou táxi, ou se fará os deslocamentos por meio de traslado oferecido por alguma agência de viagem.
Também é preciso saber quais refeições serão feitas na rua, em restaurantes, ou nos hotéis e pousadas, por exemplo. E, dependendo do perfil do turista, pode ser importante reservar uma quantia para compras e presentes.
Há, ainda, custos que podem ser esquecidos neste primeiro momento de planejamento, como o seguro viagem e os gastos com internet. A conectividade garante acesso aos serviços bancários e meios de pagamentos online a qualquer momento, sem depender de redes Wi-Fi públicas, que podem ser insuficientes e inseguras, por exemplo, alerta Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.
Além disso, é importante estar preparado para imprevistos e oportunidades, que saem do cronograma inicial. Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira, sugere que seja feita uma reserva para estes casos, que pode ser de 30% a 50% do total de gastos locais planejados para a viagem. Desta forma, o turista poderá aproveitar a viagem sem perder nenhuma chance de fazer algo inusitado que surja de última hora.
Dinheiro em espécie
Levar cédulas da moeda local ajuda a pagar pequenas despesas e garante a aceitação em qualquer local, sem depender das maquininhas de cartão ou da conexão com a rede para processar o pagamento.
Por isso, é importante começar a se ambientar com a cotação da moeda – que, para fins de viagem, é comercializada na cotação de turismo – e observar as taxas de câmbio. A dica é comprar a moeda aos poucos, desde o início do planejamento da viagem até a data do embarque, para diluir as oscilações da cotação ao longo do tempo.
“O planejamento financeiro é parte primordial na organização de uma viagem. Se a compra não é urgente, o recomendado é que os viajantes façam a compra gradual de moeda estrangeira. Isso pode ser feito adquirindo pequenas quantias ao longo do tempo, evitando grandes oscilações de uma só vez”, afirma Arbex.
Caso a viagem ainda não tenha uma data, dá para aplicar em renda fixa em dólar ou comprar títulos do governo brasileiro em dólar. Com isso, o turista se protege da desvalorização do real frente a outras moedas, porque o dólar tende a ser mais estável.
“A moeda americana tem menor desvalorização do que o real. Para ter uma ideia, só esse ano o real já desvalorizou 20%”, afirma.
Em geral, é mais vantajoso adquirir essas cédulas no Brasil e levar consigo na viagem, do que converter o dinheiro na loja de câmbio do aeroporto. Alguns aplicativos de instituições financeiras permitem até colocar avisos de notificação para quando a cotação da moeda atinge determinado valor – assim, o turista pode garantir as melhores oportunidades de câmbio.
A desvantagem deste tipo de recurso é a segurança. Levar a moeda local em espécie tem maiores riscos de perda ou roubo.
Cartão internacional
As instituições financeiras no Brasil costumam oferecer cartões de crédito e débito habilitados para compras internacionais. Com esse cartão, também é possível fazer saques da moeda local em caixas eletrônicos. Em geral, este produto é oferecido como conta internacional ou global.
O turista só precisa ficar atento às taxas envolvidas. Pode ter valores cobrados para abrir conta e fazer manutenção, além de tarifas para saques e transações internacionais. O cartão internacional, por exemplo, pode ter cobrança de IOF de 4,38% para compras no crédito, e de 1,1% para compras no débito.
Essa opção pode ser mais vantajosa em viagens onde o turista irá passar por muitos países com moedas e cotações diferentes, afirma Arbex.
Cartão pré-pago
Essa opção funciona como um caixa virtual, em que é possível abastecer o produto com o valor em dinheiro que o viajante desejar. Para adquiri-lo, é preciso buscar as empresas que oferecem o produto e verificar os custos envolvidos.
Depois de escolhido qual cartão pré-pago será adquirido, o turista precisa usar parte do conhecimento com a cotação da moeda local para carregar este cartão, também dando atenção para os diferentes valores da moeda ao longo do tempo. Assim como a aquisição de moeda local, o carregamento deste tipo de cartão deve ser feito de forma fracionada, para diluir a flutuação do valor da moeda.
Uma vantagem adicional deste cartão é que ele permite ser abastecido com diversas moedas diferentes, uma boa alternativa para quem quer passar por vários países.
Diversificar é a melhor escolha para o turista
Uma viagem internacional envolve muitas situações diferentes e, em cada uma delas, pode ser preciso optar por uma forma de pagar as despesas. Para Arbex, a melhor escolha para o turista é diversificar as formas de pagamento.
Com o dinheiro em espécie, o turista ganha agilidade e liberdade de pagar o que precisar, sem depender de maquininha.
O cartão pré-pago pode ser a melhor opção para pagar as despesas em geral, já que costuma ter taxas menores, se comparadas ao cartão de crédito.
Viviane Pio, diretora de Vendas da CVC, sugere que o turista opte por uma combinação entre dinheiro em espécie e cartão pré-pago, porque ambos permitem maior controle financeiro. Já o cartão internacional pode ser o suporte para o turista em situações imprevistas ou emergências.
Munido dessas três formas de pagamento, o viajante poderá focar apenas nas experiências locais, sem passar perrengue.