A ex-presidente Dilma Rousseff continua gerando dor de cabeça e constrangimento na campanha do também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segundo a coluna Maquiavel, na Veja, para tentar voltar ao Palácio do Planalto na eleição deste ano.
Primeiro veio a constatação de que será difícil a tarefa de defender o legado petista sem que o eleitor e os adversários na corrida presidencial lembrem os desastrosos anos finais da gestão de Dilma – quando o país enfrentou recessão econômica e dificuldades políticas de todo tipo que acabaram levando à saída dela do cargo.
Agora, a dificuldade é ampliar a aliança em torno de Lula sem melindrar a ex-presidente e parte do petismo em razão da aproximação com políticos que ajudaram a apear a petista do poder — principalmente com gente do MDB, que, não só teve papel estratégico na queda de Dilma, como assumiu a Presidência com a ascensão do vice Michel Temer.
Lula também tem lançado pontes aos tucanos – conversou com os ex-senadores Aloysio Nunes Ferreira e Arthur Virgilio e trouxe Geraldo Alckmin para ser o seu vice –, que tiveram papel ativo na cassação de Dilma, e a deputados que votaram pelo impeachment, como Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Danilo Cabral (PSB-PE) – este último ainda terá o apoio de Lula na campanha ao governo de Pernambuco.
Sem contar o papel importante que Marta Suplicy tem desempenhado na campanha de Lula – ela foi ministra de Dilma, mas deixou o seu governo e o PT para apoiar o impeachment.
Dilma, por ora, não reclama em público. Mas é grande a probabilidade de não estar gostando nada disso.