Treze deputados da oposição deram entrada na última quarta-feira (18) conforme Chico Alves, colunista do UOL, em uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a troca dos cartões do Bolsa Família por cartões do Auxílio Brasil, novo programa assistencial do governo Bolsonaro. Um dos principais argumentos é o desperdício de dinheiro, já que, segundo os parlamentares, a mudança custará R$ 324 milhões aos cofres públicos.
“O governo deixa claro o seu objetivo eleitoreiro ao fazer a troca do cartão magnético gastando esse valor”, críticou à coluna o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), um dos signatários do documento. “Se o atual funciona, por qual motivo vai trocar?”.
A representação pede ao TCU que suspenda a substituição dos cartões que estiverem funcionando normalmente e promova apuração para saber se a medida atende aos princípios da administração pública.
Diz o texto: “Estima-se que, em média, 80% das famílias hoje beneficiadas pelo Auxílio Brasil já eram contempladas pelo Programa Bolsa Família. Assim, tem-se que esse número de famílias, que já possui o cartão magnético do Programa Bolsa Família, efetua o saque do valor de Auxílio Brasil por meio do cartão magnético do programa anterior”.
Os deputados sustentam que “à medida em que se verifique a desnecessidade na substituição de cartões do Programa Bolsa Família ainda funcionais, é inevitável observar a promoção de interesses eleitorais e escusos por meio da medida, praticada pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro e demais representados”.
Por isso, diz a representação, “o contexto obriga a destacar que, ao passo em que o Governo Federal, por meio dos representados, intenciona dispor de aproximadamente R$ 324.000.000,00 (trezentos e vinte e quatro milhões de reais) para promover propaganda eleitoral com a roupagem do Programa Auxílio Brasil, o Brasil amarga o número de mais de 1 milhão de famílias na fila para recebimento da renda, segundo estudo da Confederação Nacional dos Municípios, divulgado pela imprensa neste mês de maio”.
Além de Idilvan Alencar, assinam o documento, que pede ao TCU o cancelamento da medida, os deputados Milton Coelho (PSB/PEE), Daniel Almeida (PCdoB-BA), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), John Gass (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG), Áurea Carolina (PSOL-MG), Fernanda Melchiona (PSOL-RS), Ivan Valente (PSOL-SP), Luiza Erundina (PSOL-SP), Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Taliria Petrone (PSOL-RJ) e Vivi Reis (PSOL-PA).