Deputados de oposição fizeram um ato no Senado nesta terça-feira (28) de acordo com Gabriela Vinhal, do Uol, em defesa dos presos por terem participado dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando foram depredadas as sedes dos três Poderes, em Brasília.
Com cartazes em que se liam “Justiça aos inocentes”, o grupo tentava pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para dar andamento à abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos golpistas.
A estratégia levou em conta até o cenário do protesto pela soltura dos extremistas. Prevista para o Salão Verde da Câmara, acabou vizinha do gabinete da Presidência do Senado.
Pacheco precisa fazer a leitura do requerimento inicial em uma sessão do Congresso para formalizar a criação do grupo de trabalho.
Em seguida, os parlamentares retornaram ao Salão Verde para falar novamente com jornalistas. O líder de oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), pediu que haja individualização das condutas dos participantes dos atos.
Defendemos que haja individualidade das condutas para que, ao longo desses 40 dias, as pessoas que efetivamente tenham suas imagens resgatadas nas câmeras dos três órgãos já devidamente identificadas sejam processadas e punidas e as que demais sejam libertadas”, disse o senador Rogério Marinho (PL-RN)
A base apoiadora do governo Lula (PT) é contra a abertura da CPMI. Alguns políticos inclusive atuaram para tentar convencer senadores a retirarem as assinaturas do pedido de instalação da comissão. Além do palanque para deputados da oposição, o governo teme que uma CPMI tire o foco dos parlamentares de outras pautas consideradas prioritárias, como a reforma tributária.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), explicou que a investigação já está avançada na Justiça: “CPI deve ser uma comissão para revelar fatos não revelados. Os fatos já foram discutidos e as pessoas foram presas. Quem está na berlinda são os agressores. O governo agiu na hora que pôde”.
No ato, estavam presentes também o senador Marcos do Val (Podemos-ES), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), líder da minoria na Câmara e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outros bolsonaristas, como Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ).