Os bastidores eleitorais de São Paulo estão levando a um ponto de ruptura dentro do PL, partido de Jair Bolsonaro, que pode terminar com a expulsão de um dos mais fiéis apoiadores do ex-presidente: o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP).
Segundo fonte ouvida pelo blog da Andréia Sadi e Fábio Santos, do g1, caso Jair Bolsonaro decida oficializar o apoio a Ricardo Nunes (MDB) – tirando Salles da disputa pela prefeitura da capital paulista – o ex-ministro deve lançar uma campanha pelo voto nulo.
Na segunda-feira (4), de fato, Salles publicou um vídeo em uma rede social falando sobre o voto nulo quando “não se tem um candidato compatível”.
Com esse cenário, deputados do partido pedem para que Salles seja expulso a partir do dia 6 de abril, dia em que se inicia a proibição para a mudança de partido para as eleições de 2024. Neste ano, a janela partidária – quando pode ocorrer a troca – vai de 7 de março a 5 de abril.
“Após o dia 6, entrando em outro partido, ele fica inelegível porque, para ser candidato, precisa estar filiado, no mínimo, 6 meses antes do pleito”, diz uma fonte do PL.
Weintraub 2.0
No entorno de Bolsonaro, Ricardo Salles tem sido chamado de “Weintraub 2.0”, em referência ao ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que desistiu da candidatura ao cargo de governador de São Paulo em 2022.
Em abril daquel ano, ele criticou o ex-presidente Bolsonaro em um áudio que viralizou nas redes sociais. Na fala, ele declarou que, se Bolsonaro fosse reeleito, “a gente continua piorando”.
Ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Weintraub disse no áudio que “o presidente Bolsonaro, ao se aliar ao centrão, ele transformou um sonho que a gente tinha de mudança do país num pesadelo”.
Após a repercussão do áudio, Weintraub declarou nas redes sociais que “jamais apoiaria Lula”.