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sábado 17 de dezembro de 2022 às 09:55h

Deputados federais pela Bahia criticam negociação da PEC da transição

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O deputado federal pela Bahia, Jorge Solla (PT) disse que é “pior do que chantagem” e chamou de “barganha de mais baixo nível” o processo de negociações para aprovação da PEC da Transição na Câmara.

Solla afirmou que setores da Casa condicionam a apreciação do texto a indicações para ministérios e cargos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“É pior do que chantagem, isso é barganha de mais baixo nível. Eles dizem que, se não der mais um ministério, não terá comida para a população brasileira. Se não der mais um ministério, não terá medicamento, vacina. Isso é impensável numa democracia que preze o mínimo pelo bem-estar da população”, criticou o petista em entrevista ao Broadcast Político, após participar da cerimônia de diplomação dos deputados federais eleitos, nesta sexta, 16, em Salvador.

Como publicou o Broadcast/Estadão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), encareceu a fatura para aprovação da PEC. Além do apoio do PT à sua reeleição para o comando da Casa, o alagoano quer o Ministério da Saúde e quer manter o controle do Centrão sobre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Sem acordo com Lula, Lira tem obstruído a tramitação do texto, diz a publicação.

“A dificuldade (para aprovar a PEC) é que estão querendo explorar o processo de negociação ao extremo”, denunciou Solla. O deputado lembrou que, além dos espaços no novo governo, parlamentares exigem que o prazo de validade da PEC fora do teto de gastos seja reduzido de dois para um ano. Para ele, essa é uma forma aumentar o preço da articulação. “Querem reduzir a um ano pra, daqui a um ano, ter outra fatura a apresentar. Não bastava o apoio a Lida para presidente, querem também ministérios, cargos, reduzir o valor da PEC”, protestou.

Diante das dificuldades para aprovar o texto, Solla defendeu que Lula apresente, no início do governo, uma Medida Provisória com o valor necessário para suas promessas de campanha.

“Eu acho que começa a ganhar corpo a possibilidade de, em 2 de janeiro, o presidente Lula editar uma medida provisória, e eu quero ver os deputados votarem contra uma medida provisória para assegurar dinheiro para pagar os 600 reais de auxílio, para pagar merenda escolar, comprar vacina, comprar medicamento. Esses que falam em PEC da Gastança é porque, para eles, pobre não existe. A fortuna que vai para o mercado financeiro, os exploradores, isso não é gastança. O presente Lula só teria a ganhar em fazer a medida provisória e jogar no colo do Congresso”, afirmou.

Outro deputado federal reeleito na Bahia, Zé Neto (PT) também defendeu que o partido pense na MP como alternativa à PEC. “Estou achando que pode ocorrer um processo que trave a votação (da PEC) e, na minha opinião, a gente tem que começar a se movimentar para tomar um posicionamento mais efetivo com relação à Medida Provisória. É absurdo o que estão fazendo com o país”, criticou em entrevista à reportagem.

As declarações dos parlamentares externam o sentimento da bancada do PT na Câmara sobre as dificuldades da PEC. Como adiantou o Broadcast Político em reportagem ontem, alas da sigla já começam a pensar em um plano B, caso a proposta suba no telhado.

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