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terça-feira 16 de fevereiro de 2021 às 07:54h

Renovação de outorga para a VLI trará mais 30 anos de prejuízo para a logística baiana, diz CBPM

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A VLI Multimodal S.A, empresa que administra a Ferrovia Centro-Atlântica desde 1996, está buscando a renovação antecipada, por mais 30 anos, da outorga para operação da Ferrovia. A FCA possui mais de 1800 km de trilhos dentro da Bahia e a não inclusão do estado nos investimentos prometidos pela empresa tem gerado revolta entre empresários e setores do Governo Estadual envolvidos no assunto.

Durante audiência pública para discutir o assunto, promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nos dias 3 e 4 de fevereiro passados, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, se posicionou contra a concessão nos moldes como está sendo proposta. Segundo ele, “A pergunta que precisa ser respondida é: o que a VLI deixou de fazer pelo desenvolvimento da Bahia e o que ela pretende fazer para compensar todos esses anos de inação. No porto de aratu, por exemplo, a VLI não só tirou os trilhos como também os dormentes do ramal ferroviário”, conforme publicou o Correio.

Para Tramm, durante os 25 anos de concessão, a FCA/VLI não trouxe nenhum benefício para a economia baiana. Pelo contrário, ocorreu uma piora do serviço, com redução contínua da malha ferroviária, do número de localidades atendidas e do tráfego de trens.

Na Bahia, ao invés de projetos de modernização e de melhoria no atendimento dos usuários, chama a atenção a imagem de abandono e sucateamento da nossa malha ferroviária, reflexo direto da falta de manutenção por parte da concessionária Paradoxalmente, a VLI alega que não há demanda que justifique investimentos na malha baiana.

Por outro lado, empresas que dependem de logística em larga escala como as do Polo Petroquímico e as mineradoras baianas se queixam da falta de uma malha ferroviária que se adeque às suas necessidades. Segundo levantamento feito em 2018, apenas a Colomi Iron, em Sento Sé, possui demanda para 20 milhões de toneladas por ano de minério de ferro para ser transportado. A lista de potenciais usuárias da ferrovia inclui Mineração Caraíba, Atlantic Nickel, Largo Resources, dentre outras.

Os grupos interessados em ver a FCA voltar a ser uma opção real de logística para a Bahia já requereram à ANTT que adie a decisão sobre a renovação da outorga para a VLI, promova um novo estudo de demanda da ferrovia e faça uma nova consulta pública sobre este assunto, desta vez na Bahia.

Uma alternativa defendida pelos empresários e políticos baianos seria retirar o corredor Minas/Bahia do contrato com a VLI e promover uma nova licitação deste trecho. “O estado da Bahia, com toda sua dimensão espacial e socioeconômica, não pode ficar mais 30 anos sem um modal ferroviário que funcione de verdade”, conclui Tramm.

Esse conteúdo conta com o apoio institucional da CBPM.

Deputados federais da Bahia não querem renovação da concessão VLI Multimodal S.A.

Enquanto os trens do subúrbio de Salvador saem de cena por velhice, para dar lugar a um modelo bem mais moderno e ágil, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) foca noutra velha ferrovia, essa sem perspectiva de renovação, a Centro-Atlântica, sete mil quilômetros que interconectam Bahia, Espírito Santos, Minas e Sergipe.

Em reunião com colegas da bancada baiana, ela obteve segundo a coluna de Levi Vasconcelos no A Tarde, apoio total na defesa da não renovação da concessão da VLI Modais, caso a empresa não sinalize que fará investimentos concretos na malha localizada no estado.

Lídice sugeriu o envio de ofício ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

– Com 25 anos de contrato em vigência, a concessionária não trouxe nenhum benefício. Os trilhos e os trens estão obsoletos. Isso é apontado por agentes públicos e a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb). Ela privilegia os estados do Sudeste, em detrimento do Nordeste.

Desprovida da capacidade de tocar a ferrovia, a VLI é motivo de indignação por parte da população, da CBPM e ANTT.

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