Foi maciça a presença de parlamentares e políticos na lavagem do Bonfim de 2024, ano de eleições municipais, em que os grupos políticos suprapartidariamente se incorporam na maior festa religiosa do estado de forma pacífica, saudando o Nosso Senhor do Bonfim. A presença dos políticos e grupos organizados já é uma tradição iniciada nos anos 80 do século passado – e cultivada com zelo, pois o cortejo aproxima os representantes dos cidadãos baianos nessa festa religiosa de devoção e fé.
Cerca de 40 deputados estaduais participaram da tradicional caminhada que começa na igreja da Conceição da Praia e vai até a Colina Sagrada, numa movimentação que contou com as presenças das mais elevadas autoridades políticas da Bahia, como o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e de pré-candidatos à prefeitura de Salvador, bem como de inúmeros pré-candidatos a vereador na capital, todos congregados num belo dia de sol quente, mitigado em alguns pontos pela aspersão de água nos passantes. Todos rogando pelas bênçãos do Senhor do Bonfim para que possam trabalhar em prol dos interesses maiores da Bahia e dos baianos, neste momento de renovar a fé e pedir proteção para essa terra, para Salvador e toda a Bahia.
Deputados federais, vereadores da capital, prefeitos interioranos, candidatos a prefeito das cidades circunvizinhas, presidentes de partidos, secretários do estado e da capital, em 2024, fizeram o percurso em meio à multidão de centenas de milhares de baianos e turistas até a igreja do Bonfim, numa festa colorida, pacifica, marcada pela alegria e religiosidade. Os governistas, em geral, ressaltando a unidade em Salvador, e o pessoal da oposição, os bons resultados obtidos por Bruno Reis e ACM Neto. Porém, todos estavam mais concentrados em agradecer o muito que o Senhor do Bonfim proporcionou no ano passado, rogando que este ano prevaleça o clima de paz e tranquilidade de que tanto precisam a Bahia e o Brasil.
Entre outros deputados estaduais que participaram do ato ecumênico na igreja da Conceição da Praia, seguindo o cortejo até a península Itapagipana, estavam o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia A(LBA), Adolfo Menezes (PSD), os líderes do governo, Rosemberg Pinto (PT), e da oposição, Alan Sanches (UB), e os deputados Antônio Henrique Jr. (PP), Bobô (PC do B), Eduardo Alencar (PSD), Eures Ribeiro (PSD), Fabíola Mansur (PSB), Fátima Nunes (PT), Hilton Coelho (Psol), Ivana Bastos (PSD), Jordavio Ramos (PSDB), Júnior Muniz (PT), Júnior Nascimento (UB), Luciano Araújo (SD), Luciano Simões Filho (UB), Manuel Rocha (UB), Marcelinho Veiga (UB), Marcinho Oliveira (UB), Maria del Carmen (PT), Matheus Ferreira (MDB), Niltinho (PP), Olivia Santana (PC do B), Pablo Roberto (PSDB), Pancadinha (SD), Pedro Tavares (UB), Penalva (PDT), Raimundinho da JR (PL), Ricardo Rodrigues (PSD), Robinson Almeida (PT), Tiago Correia (PSDB) e Vitor Bonfim (PV).
Fé em destaque
Vestido de branco, como manda a tradição, o presidente Adolfo Menezes lembrou que a homenagem carregada de fé dos baianos é uma tradição secular. “Nesta festa”, disse ele, “o importante é a fé do povo da Bahia, dos turistas que nos visitam”. Durante a caminhada até a Colina Sagrada, Adolfo destacou, além do caráter religioso da Lavagem do Senhor do Bonfim, também o caráter profano da festa, uma das mais importantes da Bahia junto com o Carnaval. E revelou o pedido que fez ao Senhor do Bonfim: “Mais paz a todo o mundo e ao nosso Brasil”.
Ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do vice, Geraldo Júnior (MDB), pré-candidato à prefeitura de Salvador, o presidente do Legislativo disse que não vê o Bonfim como um “termômetro eleitoral”, apesar de admitir que, em ano de eleição, geralmente os grupos levam mais apoiadores.
O líder do governo, deputado Rosemberg Pinto, fez avaliação semelhante e salientou o congraçamento existente, embora houvesse dois blocos distintos entre governistas e oposicionistas, mas todos se cumprimentando, todos defendendo o que fosse melhor para a Bahia e para os baianos. No entanto, destacou os avanços registrados nas administrações de seu partido para reduzir as diferenças sociais, amparar os mais carentes e desenvolver o estado de forma sustentada.
Para o oposicionista Alan Sanches, que fez o percurso próximo ao prefeito Bruno Reis e ao ex-prefeito ACM Neto, que perdeu o solado de um tênis no calor do asfalto, a fé e o respeito humano vêm em primeiro lugar, mas admitiu que existe uma maior visibilidade da política partidária no cortejo nos anos eleitorais, com os diversos grupos querendo demonstrar força – mas o pleito é em outubro e é o momento de se pedir paz. Na urna, o eleitorado decidirá qual é o melhor projeto para a nossa capital.