A antipatia ao nome de Moro é desde a época em que ele era responsável por julgar em primeira instância casos da operação Lava Jato, em Curitiba; Incontáveis deputados e senadores foram alvos
A maioria dos deputados que integram o Centrão torce para que a saída de Sergio Moro do comando do Ministério da Justiça e da Segurança Pública se confirme. É isso que se comenta nos bastidores. Há muito tempo que o ex-juiz vem desagradando os políticos e não consegue vitórias no Parlamento, como a aprovação de projetos, mesmo que simples, sem alteração dos pontos principais deles.
A antipatia ao nome de Moro é proveniente ainda da época em que ele era responsável por julgar em primeira instância casos da operação Lava Jato, em Curitiba. Incontáveis deputados e senadores foram alvos dos processos.
E justamente porque outrora era ele o algoz, o ministro não conseguiu espaço para articular juntamente com os políticos quando foi nomeado para chefiar a pasta. O apoio ao ex-magistrado hoje no Congresso se restringe a parlamentares que foram eleitos levantando bandeiras contra a corrupção e a favor da Lava Jato.
Muitos desses políticos fazem parte da base de apoio de Bolsonaro e, diferente dos colegas, estão “rezando” para que a demissão não se confirme. A pedida de ajuda divina foi comentada por um deputado mineiro à coluna.
Entenda
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Sergio Moro pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (23) após o presidente informá-lo de que trocaria o comando da Polícia Federal. Ainda não há confirmação oficial.
Segundo a reportagem, o pedido de desligamento do governo teria ocorrido após o presidente informar ao ministro que pretende trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, que hoje está nas mãos de Maurício Valeixo. Ele é o homem de confiança do ex-juiz.
Desde o ano passado Bolsonaro tem cogitado trocar o comando da PF. A mudança, inclusive, é para tentar uma reaproximação dos deputados do Centrão para construir uma base no Legislativo.
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