O abate de jumentos e os riscos envolvidos para a saúde da população foram debatidos nesta quarta-feira, 17, pela Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Presidente do colegiado, o deputado José de Arimateia (Republicanos) afirmou que o abate tem acontecido sem controle dos órgãos competentes. Muitos desses animais são enviados para a China. “O abate de jumentos na Bahia visa atender um anseio meramente comercial e acaba negligenciando questões sanitárias e o bem-estar dos animais”, disse Arimateia, proponente da audiência pública.
A maior quantidade de jumentos está na Bahia, considerada o epicentro do abate desses animais, segundo Douglas Honório, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Outro problema relacionado a isso é o transporte clandestino de jumentos de outros estados para a Bahia.
Veterinários ouvidos apontaram que as condições de tratamento dada aos animais tem contribuído para o aumento da doença de mormo, um risco para o animal e também aos humanos.
“Um surto de doenças em jumentos pode ter implicações sérias não apenas para equinos, mas também para outras espécies animais, incluindo humanos. Doenças como o mormo podem afetar jumentos e outros equídeos e as medidas de controle requerem a eutanásia dos animais infectados. Como doença infectocontagiosa e zoonótica, o mormo também representa um risco para a saúde das pessoas”, afirmou José Roberto de Andrade Lima, médico veterinário e coronel do Exército Brasileiro.
Em março do ano passado, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) regulamentou os procedimentos para o trânsito e o abate de jumentos no estado.