O corte de 30% do orçamento da Universidade Federal da Bahia (Ufba) pelo Ministério da Educação foi um dos assuntos mais tratados pelos deputados na sessão ordinária realizada pela Assembleia Legislativa da Bahia na tarde dessa última terça-feira (30). Além da instituição baiana, foram atingidas pela redução dos recursos financeiros a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de Brasília (UnB). À imprensa, o ministro Abraham Weintraub informou que o corte está relacionado ao desempenho e uso do dinheiro para “balbúrdia”.
O deputado Robinson Almeida (PT), em seu discurso na tribuna da Casa, apontou como motivo da redução orçamentária da Ufba a realização da bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Sabe qual foi o critério utilizado para cortar? Um critério político-ideológico. Teve uma forma mais intensa em três universidades, a UnB, a UFF e a nossa querida Ufba. Segundo o ministro, estas instituições faziam balbúrdia. E qual é a balbúrdia que a Ufba fez? Sediar a bienal da UNE, um encontro muito tradicional no país feito por estudantes e que é sediado em cada uma das universidades brasileiras”, afirmou o parlamentar.
Quem também tratou do bloqueio do orçamento foi o deputado Jacó (PT). “O congelamento no orçamento das universidades Ufba, UnB e UFF atinge áreas como despesas de luz, água e assistência estudantil. Essa ação é injustificável, pois o dinheiro já estava no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional, é um desrespeito com o povo brasileiro e com o Parlamento. Isso é um caso de perseguição política a uma universidade que mais dialoga e se esforça no diálogo com a população”, afirmou o petista, se solidarizando com o reitor da Ufba, João Carlos Salles.
O mesmo gesto de apoio ao reitor foi feito pela deputada Olívia Santana (PC do B). “Chamar de balbúrdia as atividades acadêmicas, os debates, seminários, as festas estudantis de integração que acontecem em qualquer campus universitário de qualquer lugar deste planeta significa de fato que mais este ministro de Educação não tem a menor condição de estar no comando desta pasta”, disse a legisladora no plenário da ALBA.
A deputada Fátima Nunes (PT) dirigiu críticas ao Governo Federal. “Em vez de aumentar a possibilidade de a universidade crescer e atender muito mais jovens, vai na contramão da história reduzindo recursos, e quem sabe até querer reduzir as universidades que foram implantadas pelo nosso presidente Lula, porque ele tem aversão ao PT, à sociologia, à filosofia, às regras que conduzem a sociedade para o bem-estar”, elencou.
O deputado Hilton Coelho (Psol) também falou do tema orçamentário em sua explanação na tribuna. “Inviabiliza o funcionamento das universidades. O que está por trás disso é atacar aquelas universidades que, inclusive, vêm se notabilizando pela qualidade”, sugeriu.
Líder da bancada governista na ALBA, o deputado Rosemberg Pinto (PT) lamentou a decisão do Ministério da Educação. “Quero reafirmar o que vários deputados apresentaram aqui, que é uma crítica ao Governo Federal por reduzir 30% do orçamento para a Ufba. É de se lamentar que o governo tome uma decisão tão cruel na véspera de 1º de maio com a educação do Brasil”, disse.