Um ano sem respostas sobre o vazamento de petróleo que tomou o litoral brasileiro, afetando diretamente o turismo, a economia e o trabalho de famílias inteiras de ribeirinhos e pescadores artesanais do Nordeste e parte do Sudoeste.
O assunto foi lembrado pelo deputado federal baiano Valmir Assunção (PT-BA), que cobrou do governo Bolsonaro e das autoridades ambientais do país uma posição sobre o caso nesta última quinta-feira (27). “É preciso que justiça social seja feita aos povos das águas que foram atingidos por petróleo, neste caso absurdo de crime ambiental, que afetou o Brasil todo. Talvez o maior crime ambiental do país e que ainda continua sem respostas. As famílias de pescadores sofrem com os impactos socioeconômicos causados por este derramamento. E Bolsonaro não faz esforço algum, nem ligar para a questão”, destaca o deputado.
Movimentos de pescadores artesanais, organizações da sociedade civil, e parlamentares organizam a campanha ‘Mar de Luta: Justiça Social aos Povos das Águas Atingidos pelo Petróleo’ para relembrar a data e reforçar a cobrança ao Estado. De acordo com informações do coletivo, essa ação envolve a defesa aos direitos humanos e socioambientais, e tem o apoio do Greenpeace Brasil.
“O objetivo é continuar trazendo à imprensa e à sociedade as informações sobre os impactos que as comunidades pesqueiras estão sofrendo até hoje e reivindicar respostas e reparações do governo”, salienta nota do coletivo enviada para a imprensa. A campanha também sugere que seja feito um procedimento rígido para avaliar e monitorar as praias, mangues e oceanos atingidos, além de se opor à abertura de novos poços de petróleo nos mares e oceanos. O coletivo cobra demandas importantes do governo, como políticas para suprir “os impactos na saúde da população sobre efeitos socioeconômicos e ambientais”.
Valmir completa sua posição dizendo que “há indícios de negligência” e de “que há tentativas de encobrir fatos”. Ele lembra que mais de mil localidades dos nove estados do Nordeste e dois do Sudeste foram impactados. “Essas famílias enfrentam duas crises que atingem diretamente a renda e não puderam receber o auxílio emergencial durante a pandemia, o que fez elevar ainda mais a vulnerabilidade. Mulheres estão perdendo autonomia, estão sem renda e não conseguem vender o pescado nem o marisco, pois ainda existe muita repulsa aos produtos. E os efeitos se somaram com a crise sanitária que já matou mais de 118 mil brasileiros”. Ainda segundo o coletivo, no dia 30 de agosto, será realizada uma ‘live’ nas redes do ‘Intervozes’ para tratar sobre o assunto e protestar. No dia 31, acontece uma série de mobilizações online no Twitter, Instagram e Facebook do ‘Mar de Luta’.