O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) pretende transformar em lei a proibição do ensino da ideologia de gênero e da teoria queer, bem como do uso da linguagem neutra. “Como se sabe, tem sido comum que instituições educacionais utilizem a ideologia de gênero e a teoria queer como base para o ensino sobre sexualidade às crianças e adolescentes”, acusa o parlamentar.
“A teoria queer, influenciada por Michel Foucault e desenvolvida por nomes como Judith Butler, é uma teoria sobre o gênero que afirma que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de um constructo social e que, portanto, não existem papéis sexuais essencial ou biologicamente inscritos na natureza humana, mas sim formas socialmente variáveis de desempenhar um ou vários papéis sexuais”, define.
De acordo com o parlamentar, essas teorias “são ensinadas como verdades absolutas nas escolas, em detrimento da realidade biológica natural, o que gera grave confusão psicológica aos alunos”. Ele explica que a American College of Pediatricians, uma das associações médicas de pediatria mais influentes dos Estados Unidos, publicou recentemente uma importante e fundamentada declaração em que alerta educadores e parlamentares para que rejeitem qualquer medida que condicione as crianças a aceitarem como normal uma vida que personifique química e cirurgicamente o sexo oposto.
O parlamentar diz que o Manual Diagnóstico e Estatístico aponta que 98% dos meninos e 88% das meninas confusos com seu gênero aceitam o seu sexo biológico naturalmente ao passar pela puberdade. “Crianças que usam bloqueadores de puberdade para personificar o sexo oposto precisarão de hormônios no final da adolescência”, explica o deputado, afirmando que essa prática está associada com graves riscos para a saúde, incluindo pressão alta, coágulos sanguíneos, AVC e câncer, mas não se limitando a isso. Ele cita também as taxas de suicídio 20 vezes maiores entre adultos que usam hormônios do sexo oposto e passam por cirurgias de mudança de sexo, mesmo na Suécia, que é um dos países de maior ação afirmativa LGBQT.
“Que pessoa razoável e compassiva condenaria crianças a esse destino, sabendo que depois da puberdade 88% das meninas e 98% dos meninos aceitarão o seu sexo real e terão saúde física e mental?”, questiona. Para ele, “condicionar as crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável é abuso infantil”.