O deputado federal Elias Vaz, do PSB, pediu que a Câmara acione o TCU para auditar os gastos de Jair Bolsonaro com os cartões corporativos do Planalto, publicou a revista Crusoé neste domingo (27).
Os gastos no cartão de crédito relacionados às atividades do presidente da República e com a segurança dos seus familiares estão sob sigilo e não obedecem aos limites impostos para o uso dos cartões corporativos do governo federal. O jornal Gazeta do Povo identificou pagamentos da Secretaria de Administração da Presidência em valores de R$ 68 mil, R$ 70 mil e R$ 79 mil, muito acima do limite de R$ 33 mil nas compras normais.
As informações sobre gastos com cartões corporativos do governo federal (cerca de R$ 13,5 milhões no primeiro semestre deste ano) são mantidas em segredo, seguindo práticas de administrações anteriores como Temer ou Dilma. Além do sigilo, há casos de saques em dinheiro e casos em que não é informado o nome do favorecido. Só a Presidência da República registrou despesas de R$ 6,1 milhões.
O cartão de pagamento do governo federal, na forma de cartão de crédito, paga despesas eventuais de pequeno valor, que exigem pronto pagamento, e também compras em caráter sigiloso. Na prática, esses cartões podem comprar quase tudo, como combustível, passagens aéreas, medicamentos, material para construção, material impresso, etc. Também podem ser usados em restaurantes e para compras em supermercados e padarias.
Questionada sobre os limites das compras de suprimento de fundos, para despesas de caráter excepcional, pagas com os cartões, a secretaria informou que são de R$ 17,6 mil para compras e serviços e de R$ 33 mil para obras de engenharia. Mas destacou que, “para as atividades da Presidência da República, é estabelecida a possibilidade de concessão de suprimentos de fundos em valores superiores”.