O professor, advogado, filósofo e militante do movimento negro Silvio Luiz de Almeida poderá receber o Título de Cidadão Baiano se a Assembleia Legislativa aprovar o projeto de resolução apresentado pelo deputado Hilton Coelho (Psol). “As suas contribuições teóricas, bem como sua militância no movimento negro, são valiosas para um Estado como a Bahia, com 23% de sua população se autodeclarando preta e 58% se afirmando parda, conformando mais de 80% da população como negra e que tem como capital a cidade de Salvador, reconhecida como a de maior população negra do mundo, fora do continente africano”, argumenta o parlamentar.
Hilton Coelho destaca que “o jurista Silvio de Almeida é responsável por cunhar o conceito de racismo estrutural, em livro com o mesmo título. A primeira edição do livro esgotou rapidamente, demonstrando a força das suas ideias que identificam no racismo estrutural uma chave explicativa poderosa para entender a atual situação de desigualdade racial/social e de violência que vivemos no Brasil. Ele é diretor-presidente do Instituto Luiz Gama e professor da graduação em Direito e da pós-graduação em Direito Político e Econômico na Universidade Presbiteriana Mackenzie; professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, ambas em São Paulo; e professor visitante na Universidade Duke, nos Estados Unidos” detalha o legislador, acrescentando que “não há a menor dúvida que Sílvio de Almeida merece ser agraciado com o Título de Cidadão Baiano. Esperamos que, com esta atitude, o professor sinta o reconhecimento e a gratidão que o povo da Bahia tem de seu trabalho e esperança de que permaneça firme e fiel na luta do povo negro”.
O autor da homenagem diz que Silvio Luiz de Almeida, nascido em São Paulo em 1977, “é uma referência de credibilidade para as novas gerações nessa era dos influenciadores digitais. A força das suas ideias, aliadas a capacidade ímpar de se comunicar com os diversos públicos em diferentes plataformas, foi reconhecida na sua histórica participação no tradicional programa Roda Viva (TV Cultura) ocorrida em junho de 2020. Silvio conseguiu conectar, de modo magistral e didático, os fundamentos do seu conceito de racismo estrutural com questões atualíssimas como a pandemia causada pelo coronavírus, e outras já conhecidas como o genocídio e hiperencarceramento negro no Brasil”, conclui Hilton Coelho.