Deputado propõe qualificar mulheres empreendedoras do Oeste da Bahia

Em meio a desafios socioeconômicos persistentes enfrentados por mulheres no Oeste da Bahia, o deputado estadual Antonio Henrique Junior (PP) busca oferecer caminhos para a autonomia financeira. Para tanto, ele enviou uma indicação ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) sugerindo a implantação de cursos de qualificação e espaços de inclusão socioprodutiva para mulheres empreendedoras na região. A iniciativa, argumentou ele, visa fortalecer a participação feminina na economia e combater a informalidade no trabalho.

“As políticas públicas para as mulheres precisam ser trabalhadas com a transversalidade de temas e competências que abrangem a ciência e a arte de atender às diversas demandas desse grupo, reconhecendo e valorizando o complexo mapa das identidades femininas da Bahia”, justificou o deputado, na indicação já protocolada na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

Dados do IBGE, Dieese e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentados por ele no documento, revelam que na Bahia as mulheres representam quase 51% da população de pouco mais de sete milhões de pessoas. Destas, 68% recebem até um salário-mínimo e 58,8% trabalham na informalidade. “A vulnerabilidade econômica, agravada pela dificuldade de acesso a serviços essenciais como educação e saúde, é uma realidade ainda mais crítica no oeste baiano, região composta por 41 municípios e com mais de um milhão de habitantes”, afirmou.

De acordo com Antonio Henrique. violência de gênero também figura como obstáculo. Entre 2017 e 2023, a Bahia registrou 672 casos de feminicídio, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado. Esse número representa uma vítima fatal a cada três dias, com um crescimento médio anual de 7,6% nos crimes dessa natureza. Paralelamente, a Rede de Observatórios de Segurança indica que episódios de violência contra a mulher ocorrem quase diariamente na Bahia.

Diante desse cenário, o parlamentar propõe um modelo inspirado na plataforma “Elas à Frente”, um espaço institucional físico e virtual voltado à articulação entre o poder público e a sociedade civil para o desenvolvimento de políticas de inclusão produtiva. A iniciativa visa descentralizar serviços, garantindo maior acesso das mulheres a capacitação e oportunidades econômicas.

Os espaços de inclusão socioprodutiva propostos funcionariam como locais de produção coletiva e qualificação, estimulando redes de apoio e fornecendo conhecimentos para que mulheres possam criar e gerir seus próprios negócios. “A capacitação e a autonomia econômica são essenciais para romper ciclos de vulnerabilidade e violência, além de fortalecer a economia solidária”, concluiu o parlamentar.