O deputado federal João Roma (Republicanos) defendeu nesta quarta-feira (20) o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) devido à pandemia do novo coronavírus, que provocou a suspensão das aulas em todo o país, tanto na rede pública quanto na privada. Para o parlamentar, a manutenção do calendário da aplicação das provas irá prejudicar os estudantes mais vulneráveis, que muitas vezes não têm acesso à internet ou a conteúdos digitais para darem seguimento aos estudos.
Nesta quarta, a Câmara pode votar um projeto de lei que adia o Enem enquanto durar a pandemia. Nesta terça-feira (18), o Senado já aprovou uma proposta que prevê que, em casos de reconhecimento de estado de calamidade pelo Congresso Nacional ou de comprometimento do regular funcionamento das instituições de ensino do país, seja prorrogada automaticamente a aplicação das provas, exames e demais atividades de seleção para acesso ao ensino superior.
“Manter o calendário normal das provas, em meio à pandemia, seria potencializar uma desigualdade que já existe. Muitos estudantes da rede pública, especialmente no interior, na zona rural, não têm acesso à internet ou a conteúdos digitais para que consigam estudar para o Enem, que é hoje um dos principais instrumentos de acesso ao ensino superior”, afirma o deputado.
“Estudantes da rede privada conseguem ter acesso a plataformas de estudo, ainda que com alguma limitação, mas a maioria da rede pública não dispõe de ferramentas tecnológicas para isso. No caso dos alunos mais vulneráveis, ainda que tenham acesso à internet, a grande maioria não tem condição de pagar por aulas EAD, cursos ou plataformas de streaming”, complementa o parlamentar.
Roma lembra que é muito provável que o ano letivo de 2020 adentre em 2021 por conta da pandemia. “Neste sentido, há também o problema do desequilíbrio entre os alunos que concluíram o ensino médio no ano passado, e assim já viram os conteúdos, e os estudantes que iriam concluir em 2020, mas provavelmente não vão conseguir por causa da covid-19. Lembrando que ainda nem temos uma previsão consolidada de retorno das aulas”, pontua.