Quem é Luis Miranda, deputado que diz ter alertado Bolsonaro sobre irregularidades na compra da Covaxin
O deputado federal Luís Miranda, um neobolsonarista, acusado de estelionato, é filiado ao DEM, opositor ao Governo. Segundo a coluna Esplanada, ele tenta proximidade com o presidente, que não o recebeu mais. Bolsonaro suspeita de sua ligação com o ex-ministro Luís Mandetta. Seu irmão, Luís Ricardo Miranda é o chefe da Divisão de Importação do Departamento de Logística do Ministério. Ricardo é servidor de carreira da Saúde e foi promovido para o cargo atual em 2018, no Governo Michel Temer, pelo então ministro Gilberto Occhi.
Quem é Luis Miranda
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) virou o centro das atenções nesta quarta-feira, 23, após revelar que alertou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-ministro Eduardo Pazuello sobre indícios de irregularidades no contrato para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin.
Miranda foi eleito deputado federal em 2018 pelo partido Democratas no Distrito Federal, com 65.107 votos. O parlamentar ficou conhecido nas redes sociais após divulgar vídeos no YouTube com dicas de como empreender nos Estados Unidos.
No congresso, o deputado é visto como alinhado à base governista. A atuação do parlamentar é marcada pelos esforços em prol do projeto de reforma tributária. Nas eleições para a presidência da Câmara, Miranda apoiou a candidatura de Arthur Lira (PP).
Apesar da vida aparentemente tranquila que levava no país norte-americano, Miranda é alvo de processos na Justiça por supostos golpes aplicados no Brasil e nos EUA.
Em 2019, o Fantástico exibiu reportagem com vítimas que alegaram ter sofrido golpes milionários após investirem em supostos negócios que o parlamentar mantinha no Estados Unidos. No mesmo ano, a Justiça do Distrito Federal aceitou denúncia de estelionato contra Miranda em ação envolvendo o uso de cheques falsos para o pagamento de dívidas.
Além disso, o deputado era proprietário da Fitcorpus, clínica de estética que foi à falência em meio a calotes e 26 ações na Justiça provenientes de pacientes, sócios e ex-funcionários. Antes de fechar as portas, a clínica tinha sido proibida de realizar qualquer tipo de procedimento cirúrgico pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal.
Luís Miranda chegou a ter o mandato ameaçado após acusações de irregularidades em sua campanha, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o deputado. Ele respondia por corrupção, fraude e abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2018.