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segunda-feira 25 de março de 2024 às 07:05h

Deputado fala sobre possíveis escolhas para a vice de Geraldo Júnior

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


O deputado estadual do PT, Robinson Almeida, disse que torce pela pré-candidatura de Geraldo Júnior (MDB) à prefeitura de Salvador, enfatizando a importância de um programa de governo que enfrente os desafios da cidade. “Vamos aguardar a evolução mais pra frente do processo de campanha, porque eu aposto muito no crescimento da candidatura de Geraldo”, declarou, em entrevista à Guilherme Reis, Henrique Brinco e Paulo Roberto Sampaio, do jornal Tribuna.

Confira:

Tribuna – Qual a sua visão da gestão de Jerônimo Rodrigues até agora e os pontos positivos e negativos?

Robinson Almeida – Jerônimo teve um início de governo dos melhores dos últimos tempos. Certamente melhor do que os governadores dos últimos 20 anos. Ajudado que foi por ter recebido uma máquina do Estado, arrumada nas gestões de Wagner e continuada por Rui, com as contas equilibradas e um portfólio muito amplo de obras em andamento na área de infraestrutura, saúde com novos hospitais inaugurados, educação especialmente da escola de tempo integral, extensão de rede de água. Então, isso favoreceu muito o seu início de mandato, abraçou e inovou em temas importantes, como o combate à fome, lançando um programa específico para se associar à política do governo federal de acabar com a fome e a pobreza extrema no Brasil. Tem um grande feito de ter atraído a BYD, a maior fábrica de automóveis do mundo, aqui em Camaçari, substituindo o vazio da Ford, que saiu do Brasil, e fecha esse primeiro ano e dois meses do governo dele de forma muito positiva.

Tribuna – Jerônimo pegou a casa arrumada deixada por Rui, por Wagner. Por outro lado, o senhor acha que agora Jerônimo tem o desafio de mostrar uma marca dele, a marca do governo Jerônimo?

Robinson Almeida – Jerônimo tem duas marcas já muito adiantadas. O primeiro de ser um governador do povo, com a cara do povo. Então ter um afro-indígena governando a Bahia cria uma identidade natural com o povo baiano. E a segunda marca característica dele é a relação de acolhimento, de afeto, do tratamento carinhoso o povo com as lideranças políticas e até mesmo com a oposição. Então, Jerônimo é um governador que trata a política com civilidade. Em relação ao governo, ele tem, nessa área social, dado uma prioridade para especialmente ampliar a infraestrutura na área de saúde, na área de educação, e na área do combate à fome. Então essa área social também vai moldando uma marca dele de um governador e um governo sensível com essas demandas da parcela que precisa mais da presença do Estado na sua vida.

Tribuna – O senhor é um dos deputados que mais têm exposto as falhas da COELBA no estado da Bahia. Qual a origem desses problemas?

Robinson Almeida – É um monopólio privado com baixa fiscalização do Estado. Então, a COELBA tem uma concessão há 27 anos, os instrumentos de regulação são nacionais, porque é uma concessão da União. A ANEEL tem feito baixa fiscalização da execução desse contrato. Então a Coelba, por isso mesmo, tem auferido aqui grandes lucros, batido o recorde ano após ano em bilhões de lucratividade dessa concessão, mas não tem devolvido ao povo baiano um serviço de qualidade. Há um estrangulamento na oferta de infraestrutura de energia em várias regiões do estado, pela ausência desfasada de investimentos de pelo menos cinco anos atrás que deveriam já ter começado. Especialmente investimentos em subtransmissão, em subestações e em redes de distribuição de energia. Então, falta energia para o setor produtivo, especialmente a agroindústria, em territórios importantes como o Oeste Baiano, o Médio São Francisco, a Chapada, o Extremo Sul do estado e a faixa litorânea associada ao turismo aí, reclama muito dessa ausência de oferta de energia, repercutindo no desenvolvimento econômico do estado. Na Bahia, a quantidade de horas que o consumidor fica sem energia é muito grande e a repetição desses acontecimentos também é muito intensa. Isso por um problema de qualificação de equipe, quantificação de funcionários, distribuição desses trabalhadores das diversas regiões do estado, a COELBA foi concentrando sua operação nas cidades-polos e não foi ampliando a presença da empresa perto do consumidor. Ela foi progressivamente se afastando do consumidor e os prazos dados por ela para reparação ou execução de novos serviços são inaceitáveis. Um ano para ligar uma unidade produtiva, dois anos pra remover uma rede que atrapalha determinada construção, e até mesmo equipamentos públicos, novas escolas, novos hospitais, sofrem por meses sem o fornecimento da energia solicitada. Então, realmente, é um monopólio privado que não deu certo aqui na Bahia. E nós aguardamos que esse último período para que a COELBA cumpra suas obrigações.

Tribuna – Falando um pouco sobre Salvador, acha que o Geraldo Júnior tem demorado para formatar a pré-campanha, a chapa e se mostrar mais para o eleitor, ainda que a campanha só vá começar lá em agosto?

Robinson Almeida –   Eu acredito que esses dois primeiros meses de janeiro e de fevereiro a cidade de Salvador tem imersa nas suas festas populares, no Carnaval. E a cabeça do povo não estava antenada com eleição, com a política de uma forma geral. Creio que agora é o momento de fazer essa acumulação, elaborar um programa de governo que enfrente os gargalos da cidade, uma cidade que perdeu competitividade econômica nas últimas gestões, uma cidade que caiu para a segunda economia do Norte e Nordeste, atrás de Fortaleza, que perdeu 257 mil habitantes, que o PIB reduziu de forma acentuada, fruto de um modelo concentrador de aumento de taxas e impostos visando a arrecadação. Então, é esse modelo que tem que ser modificado na cidade, para que ela volte a gerar emprego, para que ela passe a oferecer serviços públicos de qualidade à população. Especialmente saúde, pois tem uma baixa cobertura. Educação, porque não assume a sua obrigação de ensino fundamental e transfere para o governo do estado; e transporte, porque possui uma das tarifas mais caras do Brasil e presta um serviço de péssima qualidade para a população. Eu creio que um programa que apresente alternativas para a sociedade liderado pelo vice-governador vai fazer um grande debate. E é isso que eu creio também terá um impacto no processo eleitoral. Vamos aguardar aí a evolução mais para a frente do processo de campanha, porque eu aposto muito no crescimento da candidatura de Geraldo.

Tribuna – E quanto à vice? Diversos nomes são ventilados, incluindo Denice, Fabya Reis…

Robinson – Eu creio que o PT, por ser o partido de maior força e representatividade social e institucional em Salvador, teria a preferência para a vice considerando todos os outros partidos que também têm legitimidade, de fazer essa indicação. E creio que o perfil adequado seria complementar com uma pessoa com trajetória na esquerda, uma pessoa ligada à luta social. Esse perfil gênero e de raça, uma mulher negra, creio que agregaria valor à chapa de geral. Inclusive, na semana passada eu ouvi falar também no nome de Fabya Reis, que tinha se falado há muito tempo, tem o Major Denice que surgiu agora também, que são nomes que sempre são lembrados do PT. Excelentes nomes, todos têm perfil, história e condições.

Tribuna – O senhor ainda guarda algum tipo de resistência ou chateação por conta do fato de a sua pré-candidatura não ter se consolidado lá no final do ano passado?

Robinson Almeida –   Nunca guardei em momento nenhum tipo de resistência. Era um jogo político, tinha várias pré-candidaturas e o PT me convidou para apresentar. Eu, com muito orgulho, aceitei essa missão e coloquei o nosso nome à disposição. E houve uma convergência em nome da candidatura do vice-governador. Martelo batido, virado à ponta do prego, nós vamos fazer a campanha, enfrentar e derrotar o nosso adversário, que é o grupo do atual prefeito.

Tribuna – O senhor vai desempenhar algum papel na campanha em Salvador ou vai se manter disponível para o partido e para o que eventualmente surgir?

Robinson Almeida –    Eu vou fazer, como sempre fiz, de forma militante e voluntária, a campanha dos candidatos do PT em Salvador. Como deputado estadual obviamente tenho um carinho maior de acompanhar as eleições nas cidades que eu tenho uma maior representatividade, Salvador entre elas, Feira de Santana, Cruz das Almas, o território do Portal do Sertão, Recôncavo. Então eu vou estar na batalha eleitoral ajudando os nossos candidatos em Salvador e no interior a construir uma grande vitória do time de Lula em geral.

Tribuna – E por falar em Feira de Santana, o PT tem feito algum tipo de pesquisa interna para saber como é que está o termômetro lá, principalmente em relação à candidatura de Zé Neto?

Robinson Almeida –    Zé Neto tem muita chance de ganhar a eleição em Feira de Santana pela primeira vez em 24 anos. O atual grupo do prefeito Colbert e do ex-prefeito Zé Ronaldo comandam a cidade. A gente encontra um sentimento de mudança muito forte na população de Feira.  Zé Neto foi ao segundo turno na eleição passada, virou na frente e manteve a performance na eleição de deputado. E qualquer pesquisa que seja feita na cidade, ele sempre aparece em primeiro ou segundo lugar empatado com o ex-prefeito da cidade. Então, eu acredito muito nessa vitória, uma caminhada. Nós temos que agregar a base do governador Jerônimo, todos os partidos aliados, ter um programa de governo alternativo para fazer uma virada em Feira de Santana, que infelizmente ficou isolada por opção das lideranças locais que governam a cidade, das janelas de oportunidade abertas no Brasil com o presidente Lula e na Bahia com os governos do PT. Está na hora de Feira de Santana retomar o seu protagonismo de principal cidade do interior da Bahia.

Tribuna – Para encerrar, gostaria de saber se na sua avaliação o presidente Lula vai conseguir nos próximos meses recuperar essa popularidade que ele perdeu nas últimas pesquisas. Houve algum equívoco por parte dele ou por parte do governo como um todo?

Robinson Almeida –   Eu creio muito que Lula no primeiro ano criou as condições de colher os frutos nos três últimos anos, especialmente na organização da economia. A inflação controlada, o crescimento do PIB acima da média, a renda dos trabalhadores também é maior, o desemprego em baixa, o salário-mínimo com aumento real, o retorno dos programas sociais. Então, eu acredito que o presidente Lula vai avançar muito nestes três anos nas suas ações de governo. E essa questão da popularidade são oscilações. Confio muito no governo do presidente, na sua liderança. Ele afirmou que vai se dedicar mais a visitar os estados e ter uma relação com a população. Estou muito confiante que Lula vai ser um cabo eleitoral importante nas eleições de 2024.

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