quarta-feira 3 de julho de 2024
Deputado Dr. Diego Castro (PL) Foto: Juliana Andrade/Agência AL-BA
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segunda-feira 29 de janeiro de 2024 às 06:31h

Deputado fala em “princípios” ao sinalizar apoio do PL a Bruno Reis

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


O deputado estadual Diego Castro (PL), que é cotado como vice na chapa encabeçada pelo deputado federal Capitão Alden em Feira de Santana, garantiu em entrevista a Mateus Soares, do jornal Tribuna, que o seu grupo político seria capaz de movimentar o cenário eleitoral na Princesinha do Sertão.

Confira entrevista:

Tribuna: O senhor é um ferrenho opositor dos governos de Jerônimo Rodrigues e Lula. Como avalia o primeiro ano de cada um?

Diego Castro: Dois governos desastrosos, que não mostraram para que veio, que estão levando o país ao retrocesso, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista social, e do ponto de vista político mesmo falando. Eu digo de um cenário correlacionado aos poderes, temos aí, do ponto de vista econômico, a mesma linha lá e aqui, uma linha de aumento de impostos. A Bahia, hoje, tem um dos maiores ICMSs do Brasil. O governo de Jerônimo seguiu a linha dos dois governos do PT, de Jaques Wagner e de Rui Costa. Na Assembleia, recentemente, a base do governo aprovou mais um aumento de 1,5%. A Bahia hoje tem 20,5% de alíquota do ICMS, e continua na política de aprovar empréstimos sucessivos, quase R$ 500 bilhões de empréstimos que passou na Casa. Ou seja, totalmente longe daquilo que reflete o caminho para o desenvolvimento, que é uma política de menos tributos, uma política que respeite o contribuinte, até porque, no final das contas, esse aumento vai para o contribuinte. A escalada de violência altíssima. Um estado que era considerado seguro, hoje, sequer é figurado entre os sete. Depois que o PT assumiu ganhou essa posição. O governo trata o material humano, no caso dos agentes da segurança pública, com total desdém, a gente pode trazer aqui como exemplo, inclusive, lá na Assembleia, os aumentos pífios no que tange a questão salarial, apenas de 4%, que não correspondeu a reposição de metade da metade da metade da defasagem ocasionada pela inflação no salário destes nos últimos oito anos, que é de 54%.

Tribuna: Recentemente, Jair Bolsonaro e seus filhos anunciaram uma live para articular a base e preparar candidatos para as eleições 2024. O senhor acredita que o ex-presidente errou em não ter se preocupado com as eleições municipais em 2020? Isso influenciou em 2022?

Diego Castro: Olha, não diria que errou, mas eu diria que foi uma série de fatores, de ordem política, que a gente não soube, não só o presidente, mas a direita não soube lidar. E aí eu trago precedentes, o governo Bolsonaro já entrou para justificar essa avaliação. Eu resgato o ano de 2019. O governo que tinha tudo para ter uma base política absolutamente capaz de fazer as principais reformas que o Brasil precisava e de ter uma governabilidade saudável, foi um governo que foi sabotado por dentro. Essa é a verdade. Muitos deputados traíram o nosso presidente, e isso refletiu na questão partidária, o presidente optou por ficar sem partido naquele momento, e isso também refletiu nas eleições de 2020, que teve uma pulverização de candidatos, e não se concentrou ali, a gente sabe do peso e da importância que tem uma legenda como a gente tem hoje, o PL, para encabeçar uma frente de partidos, e de candidaturas que se coagulem com os nossos valores e princípios, e que se correlacione com o nosso grupo político, que é liderado pelo presidente Jair Bolsonaro. Então esses fatores fizeram com que a gente não tivesse um bom desempenho na eleição de 2020, sobretudo, são questões que, podem notar, está sendo corrigida para essa eleição em 2022. Estamos vendo um PL, uma liderança forte do nosso presidente Bolsonaro. Na Bahia mesmo, a gente vai lançar candidatos em praticamente todas as cidades para vereador, e diversas candidaturas a prefeito, e naquelas cidades que a gente não tem condição de lançar o prefeito com chances reais de vitória nós vamos decidir optando pela composição menos danosa, mas entrando com um papel decisivo, já que tem sido comumente os cenários locais o peso da nossa votação, decidir o rumo da conjuntura política de cada contexto, e a gente está muito otimista, que neste ano de 2024, a gente possa eleger o máximo de prefeitos e vereadores aqui no nosso estado da Bahia, preparando uma base sólida para o ano de 2026, que é o ano das eleições gerais, para presidente, governador, senador e deputados.

Tribuna: Falando em 2026, com Jair Bolsonaro inelegível, os apoiadores do ex-presidente, incluindo o senhor, apoiariam outro nome em 2026?  O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, surgiu entre os cotados para tentar impedir a reeleição do presidente Lula.

Diego Castro: Nós trabalhamos hoje com o nosso plano A, que ainda é a esperança de ter o nosso presidente elegível em 2026. A gente sabe que as coisas, eu digo não só do ponto de vista político e jurídico, como a gente costuma dizer, são nuvens que podem mudar da noite para o dia, mas a gente não vislumbra hoje outra liderança fora de Jair Bolsonaro para as próximas eleições. Contudo, se tiver que optar por um plano B, claro, que vamos acatar a decisão que vier lá da nossa liderança maior, aquele que for da sua confiança, eu acredito, com certeza, que será escolhido alguém que tiver a maior chance de derrotar o PT, que reunir as qualidades mais próximas do nosso presidente para isso, vamos estar, com toda a certeza, unidos nesse mesmo propósito com foco maior de fortalecer a nossa direita e manter uma base sólida conservadora, principalmente para fazer as principais reformas que o nosso Brasil precisa, que acredito que vai precisar muito após 2026 no Congresso Nacional, elegendo também o maior número de senadores e deputados. Então tem muita água para rolar daqui para lá, mas dada a não possibilidade do nosso presidente vir candidato, a gente vai ficar à disposição do que for direcionado pelo próprio para que a gente fortaleça o projeto.

Tribuna: Como o senhor, como integrante da Comissão dos Direitos Humanos e Segurança Pública na Assembleia Legislativa da Bahia, observa os números da violência no estado?

Diego Castro: Observo com muita preocupação. A sensação é que o governo perdeu de fato a guerra contra o crime organizado. A gente está em uma guerra, se a gente analisar, os números são assustadores. Desde que o PT assumiu o governo, em 2007, até o presente momento, a gente já vai se aproximando para os incríveis 90 mil homicídios, se pegar os dados compilados desde que são mensuradas essas estatísticas. Além disso, a gente não vê nada de efetivo no que tange um combate mais firme com a criminalidade. A gente presenciou, no governo Bolsonaro, uma queda histórica de homicídios, isso passa por políticas sérias, políticas efetivas, do ponto de vista da segurança pública. No investimento, principalmente no que tange aos profissionais da segurança pública, aqueles que de fato fazem a segurança pública se tornar realidade, e aqui eu trago dados e exemplos do porquê isso se encontra nesse caminho e está indo para um caminho cada vez pior. O tratamento que o governo do Estado dá para os agentes da segurança pública é um tratamento desumano. A gente tem os piores salários do Brasil, isso é estatístico. O governo, principalmente em relação aos policiais militares, teve a chance de se redimir nessa nova gestão de Jerônimo, que é da mesma linha dos últimos 16 anos, quando teve essa oportunidade, mandou para a Assembleia Legislativa um aumento vergonhoso de 4%, aprovado pela sua base, projeto o qual votei contra e ainda apresentei uma emenda para que se equivalesse aos 10% da média nacional, para que ao menos conseguisse repor a metade da metade da metade da defasagem inflacionária, que corroeu o salário desses profissionais nos últimos oito ou nove anos. São tantos fatores que a gente também percebe que a gente pode reforçar essa postura de desdém com os profissionais da segurança, exemplo aí eu digo das câmeras, eu poderia muito bem concordar com a instalação das câmeras se a gente tivesse em um cenário que o policial baiano realmente fosse tratado como se deveria, mas em um contexto em que a Bahia, inclusive, isso é estatística, encabeça como o segundo estado com o maior número de suicídios de policiais do Brasil.

Tribuna: Como analisa a gestão de Bruno Reis em Salvador? Inclusive, o presidente estadual do seu partido, João Roma, tem balançado a apoiar o atual prefeito da capital. O senhor acredita que esse seja o melhor caminho? Por quê?

Diego Castro: A gente tem uma missão, que além de eleger, claro, o maior número de quadros do PL nessa eleição municipal, é também de evitar, se caso não tenhamos condições em determinados cenários, de ter uma candidatura que de fato puder vencer, a gente tem uma missão maior de evitar um grande mal, que é o PT e seus asseclas chegarem ao poder, e isso não foge de Salvador, que inclusive é o principal cenário das cidades na Bahia nesse quesito. Seria catastrófico a gente já tem o governo federal do PT, o governo estadual do PT, e a capital vir a ser comandada pelo PT ou aliado. E, neste sentido, a gente caminha para uma composição. Agora, claro, vai ter uma composição e a gente vai entrar de cabeça? Não. Nós temos princípios e valores, como eu digo sempre, que são inegociáveis, que vindo a ter uma composição eles precisam ser abraçados, e eu não digo só do ponto de vista de palavras, mas de ações, de que forma isso vai se reverberar em uma gestão com a participação do PL com o apoio do PL, e aí a gente destaca a questão econômica, a gente tem total interesse em ajudar na construção de um cenário de uma capital com um cenário que tem uma maior liberdade econômica, que tem uma maior participação de instituições importantes que ao ver nós conservadores com a bandeira do nosso partido são fundamentais para a prevalência do equilíbrio moral na sociedade, que são as igrejas, as evangélicas e as católicas, tem uma maior participação na construção dos programas de governo, que faz um trabalho social como nenhuma outra instituição, até o mais importante que cuidar da parte mais sensível do ser humano, que é espiritual, e o social propriamente dito, são gestões que tem os maiores projetos sociais do nosso cotidiano. Enfim, defesa da propriedade, das famílias, são bandeiras que a gente está colocando como como contrapartida desse possível apoio, e que, até o presente momento, elas estão sendo, graças a Deus, bem assimiladas, bem aceitas e bem elaboradas para acrescentar em um futuro programa de governo do atual prefeito.

Tribuna: O seu partido, o PL, planeja lançar uma chapa encabeçada pelo deputado federal Capitão Alden em Feira de Santana. O nome do senhor surgiu como opção de vice. Acredita que os dois poderão movimentar o atual cenário na Princesinha do Sertão?

Diego Castro: Com toda certeza. O nosso nicho político teve uma votação expressiva em Feira, o nosso presidente em Feira, se comparado proporcionalmente no estado, foi muito bem votado, a nossa candidata ao Senado, Raíssa Soares, teve uma votação também expressiva, assim como o nosso candidato ao governo, o João Roma, e a gente vê que Feira de Santana tem um público muito forte da direita, que está engajado e que tem crescido cada vez mais. A nossa preocupação, primeiro, é que os valores e intenções carregados por esse grupo não dispersem em outras candidaturas. Agora, digo também com muita tranquilidade, se for para evitar um mal maior, não tenho nenhuma vaidade nisso, se tivermos que nos aliar com algum projeto que menos se distancie do nosso ou que mais se aproxime para evitar que, por exemplo, o PT ou a esquerda cheguem ao poder, já que Feira é considerada a segunda maior cidade do nosso estado, o maior interior do Brasil, a gente tem que pensar de forma estratégica se isso vier a ocorrer, mas, neste momento, está mais do que mantida a pré-candidatura do nosso deputado federal Capitão Alden, que é conhecedor de todos os problemas da cidade, e eu estou à disposição do projeto para acrescentar onde melhor se encaixar. Lancei a pré-candidatura a vice para fortalecer esse projeto. No momento, está tendo conversações com diversas frentes nesse sentido, já cinco partidos se mostraram interessados em fazer parte desse projeto, que de fato é um projeto que tem muito a oferecer e contribuir de forma atípica do ponto de vista positivo para o crescimento dessa cidade, uma cidade tão importante no cenário político do nosso estado e do da nossa região Nordeste, e do nosso Brasil.

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