quarta-feira 25 de dezembro de 2024
O deputado federal Zé Neto (à esquerda) e o prefeito eleito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (à direita) Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados e @oficialjoseronaldo via Instagram
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terça-feira 8 de outubro de 2024 às 07:09h

Deputado do PT perde sexta eleição em cidade na Bahia e a quarta contra o mesmo adversário

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Pela sexta vez desde 1996, o deputado federal Zé Neto (PT) perdeu a disputa para a prefeitura de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia. Neste domingo, 6, ele foi derrotado pelo ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil), por uma diferença de 12 mil votos. Essa não foi a primeira vez que Neto perdeu o duelo contra o oponente, também vencido por Ronaldo em 2004, 2012 e 2016.

No pleito deste ano, José Neto teve recebeu 154.147 votos (46,73% dos votos válidos), enquanto Ronaldo ficou com 165.970 votos (50,32% dos votos válidos). O candidato do União Brasil é uma figura política influente na região e vai ocupar o quinto mandato de prefeito a partir de janeiro do próximo ano.

O Estadão informa que procurou o deputado federal Zé Neto, mas não obteve retorno.

A primeira vez que Zé Neto tentou, sem sucesso, comandar Feira de Santana foi em 1996. No pleito daquele ano, ele ficou de fora do segundo turno, que foi vencido por outro “Zé”. O vitorioso foi Zé Falcão (PPB, atual PP), que morreu oito meses após assumir o cargo.

Na eleição seguinte, em 2000, foi a primeira vez em que os “Zés” Ronaldo e Neto concorreram juntos em Feira de Santana. Os dois, porém, disputaram cargos diferentes. Aliado do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, o “ACM”, Zé Ronaldo foi eleito prefeito pela primeira vez, com 61,44% dos votos válidos. Zé Neto, por sua vez, se tornou vereador do município.

Em 2004, Zé Neto, que então era deputado estadual, tentou destronar Zé Ronaldo, que disputava a reeleição. No primeiro duelo, Ronaldo venceu em primeiro turno com 68,49% e o petista, por sua vez, ficou em último com 12,31%.

Em 2012 e 2016, ocorreram novas revanches entre os dois e, em ambas, Ronaldo venceu por larga vantagem. No primeiro pleito, o petista ficou com 18,65% dos votos válidos, enquanto o adversário obteve 66,04%. No segundo, o então candidato à reeleição bateu Neto por 71,12% a 15,71%.

Na eleição seguinte, em 2020, Zé Neto teve a oportunidade de disputar o primeiro sufrágio em que Ronaldo não era um dos adversários. Ele enfrentou o vice-prefeito do rival, Colbert Martins (DEM), e liderou a corrida no primeiro turno. Porém, na segunda rodada, Martins venceu por uma diferença de 27 mil votos.

A eleição deste ano foi o mais perto que Neto chegou de comandar a segunda maior cidade da Bahia. Ronaldo obteve 50,3%, enquanto Neto, que contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ficou com 46,7%.

Embate em Feira reflete histórico duelo entre PT e União Brasil

Em todos os duelos, Zé Neto representou o PT e Zé Ronaldo foi o candidato do PFL, que posteriormente virou o Democratas e se transformou no União Brasil, após fusão com o PSL em 2022. O cenário político da cidade reflete o embate entre os partidos, que marca o teatro político da Bahia desde 1998.

Nas eleições pelo governo da Bahia de 1998 e 2002, o então PFL — apoiado no “carlismo”, termo que faz referência ao núcleo duro de ACM (falecido em 2007) — derrotou o PT em primeiro turno. Em 2006, o partido de Lula conseguiu dar o revés com a vitória de Jaques Wagner, atual líder do governo no Senado.

Desde então, o petismo domina a política estadual com vitórias sobre o partido que hoje integra o União Brasil nas eleições de 2010, 2014, 2018 e 2022. Em 2018, Zé Ronaldo, na primeira e única disputa pelo governo do Estado, foi batido pelo atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, por 75,5% a 22,3%.

Na última eleição, realizada em 2022, Jerônimo venceu o ex-deputado federal ACM Neto (União), em disputa no segundo turno, por 52,8% a 47,2%. O resultado foi o mais apertado desde o início do domínio do PT na Bahia e representou um revés para Neto, que liderava nas principais pesquisas de intenção de voto antes do primeiro turno.

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