O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser acionado nos próximos dias sobre o pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), cujo pedido será formulado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).
O ministro Celso de Mello afirma que a conclamação do presidente Jair Bolsonaro para ato contra a corte e o Congresso e o STF, “se confirmada”, revela “a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!”.
Para o decano do STF, Bolsonaro não está à altura do cargo se apoiou ato contra o Congresso.
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, o ministro do STF enviou mensagem por escrito ao jornalão paulistano: “O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República”.
Note, caríssimo leitor, que o Supremo só age quando provocado por legitimados. No caso de afastamento do presidente da República, de acordo com a lei do impeachment, qualquer do povo pode fazê-lo. Por isso o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) anunciou nesta quarta-feira (26) que irá protocolar o pedido de impeachment de Bolsonaro.
“Eu acabo de solicitar a uma junta de advogados que, diante dos fatos, ameaças e do disparo do vídeo do celular dele. Vou entrar com o impeachment, vou assinar. Bolsonaro prometeu que sempre lutaria pela democracia. Mentiroso. Ele está abrindo uma crise institucional”, afirmou.
Frota, um ex-bolsonarista, anunciou que apresentará o pedido de impeachment nos próximos dias. O deputado é um crítico feroz do clã Bolsonaro.