O deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA) disse ao site O Antagonista que a PEC do Voto Impresso pode ser salva — desde que não valha já em 2022.
“Eu acredito que sim [há esperança para o voto impresso]. Se ele [o relator Filipe Barros] estabelecer lá que o voto impresso vai começar a acontecer a partir de 2024, eu não tenho dúvida nenhuma que aí sim, ele começa a ter um apoio, porque não tem mais tempo para 2022”, disse.
Rocha liderou a convocação da última sessão da Comissão do Voto Impresso antes do recesso parlamentar, realizada na sexta retrasada (16). As duas sessões anteriores foram canceladas e a comissão ficou 11 dias sem se reunir. Nesse intervalo, bolsonaristas buscavam ganhar tempo e apoio para o projeto.
Segundo Rocha, o objetivo da convocação era tomar uma decisão final sobre a proposta de Barros. “Não podemos ficar nesse clima de insegurança, nesse clima em que nós não sabemos se vai ter ou não vai ter voto impresso”.
Na sessão convocada por Rocha, os deputados rejeitaram por 22 x 12 uma proposta para retirar o parecer da pauta, o que adiaria a votação. Mesmo assim, o presidente Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) encerrou a sessão subitamente, impedindo os deputados de votarem.
Rocha chamou o comportamento de Martins de “lamentável” e “autoritário”.
“Porque ele não foi democrático, tendo em vista que 22 parlamentares queriam votar naquele dia a PEC, o relatório já devidamente publicado, já discutido, já debatido”.
A próxima sessão da Comissão do Voto Impresso está marcada para 5 de agosto.
A entrevista com Hildo Rocha foi gravada na quarta (21), um dia antes da reportagem do Estadão sobre a ameaça do ministro Braga Netto. O chefe de Braga Netto, porém, já havia feito a mesma ameaça publicamente no começo do mês.