O presidente da Comissão de Turismo da Câmara, deputado federal Bacelar e presidente do Podemos na Bahia, afirmou na última terça (20) que tem receio que a instabilidade nas relações entre Brasil e Argentina atrapalhe o intercâmbio de turistas entre os dois países.
Para ele, a crise do Mercosul, iniciada pela proposta brasileira de redução da Tarifa Externa Comum, atrapalha o câmbio entre as nações vizinhas, limita o poder de compra da população e impede o crescimento e desenvolvimento dos países. “A queda no valor do peso, fazendo com que turistas argentinos passem por dificuldades financeiras e não consigam arcar com os custos de passar férias e feriados no país, por exemplo.” explicou Bacelar.
O parlamentar baiano lembrou que a Argentina é, de longe, o país que mais envia turistas para o Brasil. Em 2018, 2,5 milhões de argentinos visitaram cidades brasileiras. “Cada turista argentino gastou, em média, US$ 56 dólares por dia em cidades brasileiras em 2018, ainda de acordo com o Ministério do turismo.”
De acordo com um levantamento feito pela Decolar, a Argentina lidera o ranking da temporada de férias de 2020. Em seguida aparecem Chile, que se mantém na 2ª posição, Estados Unidos (3ª), Peru (4ª), Colômbia (5ª), Uruguai (6ª), México (7ª), Equador (8ª), Costa Rica (9ª) e Panamá (10ª).
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (19) pelo jornal O Globo, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, afirmou que as “atitudes hostis” do Brasil “mataram o debate no Mercosul”. Para ele, ao assumir a presidência temporária do Bloco, em vez de adotar medidas econômicas conservadoras e unilaterais, o país deveria criar um passaporte sanitário e fazer propostas para melhorar a situação entre as nações.