O deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) afirmou nesta quinta-feira (13) que poderá desligar do seu gabinete o chefe de gabinete Lino Furtado, alvo de investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares. “Provavelmente, é uma palavra dura, mas provavelmente vou desligá-lo do meu gabinete”, declarou Motta.
A operação da PF investiga um esquema que teria direcionado verbas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS), em troca de uma comissão de 6% sobre os valores repassados. Segundo os investigadores, a empresa ACF Intermediações, de Cliver Fiegenbaum, atuava como intermediária para garantir o envio das emendas, repassando parte dos recursos aos envolvidos.
Mensagens encontradas no celular de Fiegenbaum mostram Furtado sugerindo a destinação de emendas para o hospital em troca da comissão. Motta, no entanto, negou envolvimento do gabinete no esquema. “O documento que está nos autos é um contrato de prestação de serviços entre esse intermediário e a instituição. Não tem nada que envolva nosso gabinete e o próprio Lino Furtado em relação a esse processamento e a essa formalização”, afirmou.
O deputado também se reuniu nesta tarde com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o impacto da investigação no cenário político.
Segundo ele, o presidente da Casa prestou solidariedade, mas demonstrou preocupação com os desdobramentos do caso, especialmente porque as emendas parlamentares são um tema central nas negociações entre o Congresso e o governo.
“Como parlamentar, ele manifestou solidariedade, porque, evidentemente, a investigação fala no nosso gabinete, trata de emendas parlamentares que tiveram origem no nosso gabinete. E, é claro, a preocupação, porque, queira ou não queira, é um tema que está na pauta, está na ordem do dia”, disse Motta.