Na fase 4 da vacinação contra a Covid-19, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) sugeriu na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) a inclusão dos profissionais de jornal, rádio, TV, blogs e assessorias no rol das categorias prioritárias para a imunização no estado. Através de indicação, endereçada ao Governo do Estado, a comunista diz que o Decreto Federal 10.288/20, no Artigo 4º, incluiu a imprensa como serviço essencial durante a pandemia:
“São considerados essenciais as atividades e os serviços relacionados à imprensa, por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis, incluídos a radiodifusão de sons e de imagens, a internet, os jornais e as revistas”, esclarece a deputada. Ela ressalta, porém, que o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, de janeiro de 2021, não incluiu os profissionais de jornal, rádio, TV, blogs e assessorias neste grupo prioritário.
No documento, a presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da ALBA faz um relato sobre o desenvolvimento da campanha . “No mês de abril de 2021, iniciou-se uma nova fase de vacinação, com a inclusão de diversas categorias de trabalhadores, como professores e demais profissionais da educação, agentes de segurança pública, além da continuidade da vacinação dos profissionais da saúde da linha de frente”, lembrou.
Olívia considerou, no entanto, que é essencial para a sociedade vacinar imediatamente os referidos profissionais de imprensa, destacando que essa sua proposição conta com o apoio do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), do Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e TV na Bahia (Sinterp) e da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
A legisladora alerta que, no exercício do trabalho e sem direito à negativa pelas empresas contratantes, os jornalistas e radialistas vão a unidades de saúde, supermercados, centros comerciais, terminais de transbordo, feiras e outros pontos com possibilidade de aglomeração para produzir matérias. “Muitas vezes, os profissionais fazem isso sem receber equipamentos adequados de proteção, como a máscara N95, e até se deslocam por meio de transporte comunitário, como táxi e carro por aplicativo”, frisa a comunista.
A deputada avalia que essa exposição tem cobrado um preço alto. Um levantamento, feito pela Fenaj, mostrou que, até o final de janeiro deste ano, perderam a vida 94 jornalistas, vítimas da Covid-19. Em março, a organização Press Emblem Campaign informou que o Brasil foi responsável por um a cada três jornalistas mortos pela doença no mês. Os dados da ONG confirmam que quase a metade dos profissionais de imprensa que morreram no período observado tinha entre 40 e 60 anos, evidenciando que estavam na ativa.
“Já venceu o prazo para as autoridades brasileiras tratarem o pleito da vacinação dos profissionais de imprensa como uma necessidade real e não como um privilégio corporativo”, finalizou Olívia Santana.