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segunda-feira 22 de maio de 2023 às 08:15h

Deputada luta na AL-BA para instituir o Dia Estadual do Reggae

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Instituir o Dia Estadual do Reggae, a ser comemorado no dia 11 de maio, é o que propõe a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) em projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A proposição também autoriza o Poder Executivo a realizar atividades de promoção e acesso à cultura reggae na Bahia, a criar Comissão Especial do Reggae, com a atribuição de elaborar e articular a execução de ações e atividades de promoção da cultura reggae, e a apresentar o Programa Estadual de Salvaguarda e Incentivo da Cultura Reggae da Bahia.

Com relação à promoção, o PL prevê ações como apoio para realização de estudo e difusão de conhecimento da cultura reggae, para realização de intercâmbio nacional e internacional e para o desenvolvimento de ações e fortalecimento institucional de blocos de reggae.

Quanto à Comissão Especial do Reggae, o projeto define que será composta por um representante titular e suplente da Secretaria Estadual de Cultura, um representante titular e suplente da Secretaria Estadual de Educação, um representante titular e suplente da Secretaria Estadual de Turismo, um representante titular e suplente da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e cinco representantes titulares e suplentes da sociedade civil.

Olívia Santana lembrou que a Lei Federal nº 11.630, de 11 de maio de 2012, sancionada pela então presidente da República, Dilma Rousseff, institui o Dia Nacional do Reggae em homenagem ao cantor e compositor jamaicano Bob Marley. Segundo ela, trata-se de um reconhecimento da importância do movimento e gênero musical que influenciou e ainda influencia a sociedade brasileira através da música e estilo de vida.

A parlamentar argumentou ainda que a Bahia e o Maranhão são os estados onde a cultura reggae está mais enraizada. “São as praças difusoras de músicas, linguagens, moda e estilos inspirados no movimento jamaicano, que conquistou o mundo. Na Bahia, o reggae penetrou em todas as regiões e exerce influência em diversos setores do mundo artístico baiano. Vale destacar que Gilberto Gil é o precursor do gênero no Brasil. Aqui também foi criado o samba reggae, ritmo musical conhecido mundialmente através do Bloco Afro Olodum”.

O cantor Lazzo Matumbi é citado por Olívia Santana, ao definir que o reggae baiano tem a sua feição própria, singular e original, na fusão com ritmos da terra e em meio a referências musicais do mundo. “Gilberto Gil, Lazzo, Edson Gomes e Sine Calmon, entre outras artistas, desenvolveram o reggae baiano, fizeram escolas e são pilares desse movimento no Brasil. Geraldo Cristal, Ciro Lima, Kamafeu Tawa, Dionorina, Red Meditation, Nengo Vieira, Carruagem de Fogo, Alumínio e Bem-Aventurados, Adão Negro, Ubaldo Warú são alguns dos representantes da música na Bahia”, elencou Olívia.

Ela disse ainda que “o reggae também é espaço conquistado pelas mulheres, lugar onde elas têm fala e comando”. Zavan Liv, Jô Calado, Margareth Menezes, Danzi, Nelma Marques, Gagi Santana são algumas das artistas que, segundo a legisladora comunista, se destacam dentro do gênero musical na Bahia. A parlamentar cita ainda a nova geração representada por Vivi Akaybá, Andressa Ribeiro e Jô Ras.

Outra personalidade destacada pela deputada é a produtora cultural Jussara Santana, que, de acordo com a legisladora, é dedicada à valorização, respeito e garantia de apoio governamental e da iniciativa privada. “Ela tem sido a catalizadora das reivindicações do movimento junto ao poder público”, declarou a parlamentar.

A importância da cidade de Cachoeira na consolidação do reggae baiano também é lembrada pela deputada. “Cachoeira é o berço do reggae baiano. É Recôncavo o reggae que nos banha como cachoeira, cadenciando linguagem, transformando ideias e conteúdos que atravessas uma geração inteira. ‘Não como reggae de ninguém’ e ‘segure o reggae’ são algumas das expressões que se popularizam e fazem parte do nosso cotidiano. O estilo reggae, destacadamente o uso de dreadlock, lock-dread ou rasta, é parte inconfundível da paisagem em Cachoeira, Salvador e outras cidades”, ressaltou.

Olívia explicou também que o reggae é negócio que movimento a economia. “A cadeia da economia criativa do reggae movimenta a criação e consumo de produtos e serviços, que geram emprego, renda e trazem divisas para a Bahia, através dos shows, venda de vestuários, instrumentos musicais, livros, hospedagem, alimentação e bebidas. ‘Reggaenomics, como dizia o chefe de comunicação do Banco Central da Jamaica, Tony Morrison”.

Matéria pública no jornal Valor Econômico, em 04/10/2019, trazia a informação, segundo Olívia, que o BC da Jamaica usa reggae para ensinar conceitos como meta de inflação. “Tratou-se de uma campanha do país para ensinar educação financeira, meta de inflação, política monetária e crescimento do PIB para a população jamaicana. A autoridade monetária jamaicana compreendeu o poder de comunicação direta do reggae”.

Por fim, a deputada disse que o reggae é um instrumento poderoso para disseminar a cultura da paz, de enfrentamento à violência, de combate ao racismo e à intolerância religiosa e de construção de projeto de vida para milhões de jovens, especialmente através das redes sociais e das ações comunitários e nas unidades de educação.

“Portanto, esta iniciativa se justifica pelo exposto acima e por ser um pedido legítimo e oportuno do Movimento do Reggae da Bahia e da comunidade Rastafari, conforme apresentação feita pela organização Aspiral do Reggae, com apoio da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) e pela União de Negros (as) pela Igualdade (Unegro). Trata-se ainda de um reconhecimento e homenagem aos saudosos companheiros de luta: professor Manoel de Almeida Cruz e comunicador Lino de Almeida”, concluiu Olívia Santana.

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