A eurodeputada grega Eva Kaili, envolvida no escândalo de corrupção conhecido como “Catargate”, continua presa nesta última quarta-feira (14), após seu depoimento ter sido adiado para 22 de dezembro. O companheiro da deputada compareceu diante da Justiça, que decidiu por mantê-lo em detenção. A ex-vice-presidente do Parlamento Europeu disse que era inocente, de acordo com um de seus advogados em Atenas, e garantiu ignorar a existência do dinheiro encontrado em seu domicílio.
“O caso é sem pé nem cabeça” para Kaili, que não pôde estar presente no Tribunal nesta quarta-feira devido a uma greve na prisão, de acordo com seu advogado na Bélgica, André Risopoulos. Atendendo ao pedido da defesa, o comparecimento da eurodeputada diante da Justiça foi adiado para 22 de dezembro.
O outro advogado de Kaili, em Atenas, Michalis Dimitrakopoulos, declarou em uma entrevista à AFP que ela era “inocente”.
“Eva Kaili não tem nenhuma relação com o dinheiro encontrado em seu domicílio (…) ela não conhecia a existência deste dinheiro”, garantiu.
Sacos com €150.000 foram descobertos em seu apartamento em Bruxelas, segundo uma fonte judicial belga.
O advogado, que disse ter conversado várias vezes ao telefone com sua cliente, sublinhou que “somente seu companheiro (de Kaili)”, com quem morava, poderia dar “respostas sobre a existência do dinheiro”.
Francesco Giorgi, ex-assessor parlamentar do grupo Socialista e Democrata italiano no Parlamento europeu, também faz parte das pessoas suspeitas de envolvimento no caso. Ele está ligado ao ex-deputado europeu socialista Pier Antonio Panzeri, em cuja casa foram encontrados € 600.000. Outros assessores italianos tiveram seus escritórios revistados, de acordo com a enviada especial da RFI a Estrasburgo, Juliette Gheerbrant.
O pai da suspeita também foi surpreendido com uma mala contendo € 750.000.
Suspeitos mantidos em detenção
A deputada europeia foi detida na sexta-feira (9), em Bruxelas, suspeita de ter recebido propina do Catar para defender os interesses do emirado, que acolhe atualmente a Copa do Mundo.
O país desmentiu as acusações, mas uma fonte judiciária da Bélgica confirmou à AFP que o Catar era suspeito de envolvimento no caso, que passou a ser conhecido como “Catargate”.
Os três outros suspeitos presos desde domingo, entre eles Panzeri e Giorgi, compareceram nesta quarta-feira diante da Câmara do Conselho de Bruxelas que decidiu mantê-los em detenção.