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quarta-feira 21 de agosto de 2019 às 13:29h

Depuatdo Rosemberg homenageia capoeiristas em Sessão Especial na AL-BA

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Ao som do atabaque, berimbau, agogô e do coro que entoa a resistência e força dos seus antepassados, capoeiristas baianos foram homenageados, na de segunda-feira (19), no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

A Sessão Especial, proposta pelo deputado Rosemberg Pinto (PT), contou com as presenças de autoridades, representações culturais e identitárias, de grupos da capoeira e personalidades como o cantor, compositor e mestre Tonho Matéria. O grupo local Mangangá se apresentou com muita música e maculelê. Outra presença ilustre no encontro foi a de Somonair, filha de Romualdo Rosário da Costa, o mestre Moa do Katendê, morto em 2018 após uma discussão política. A Sessão culminou com muita homenagem, com placas condecorativas, a 18 mestres, contra-mestres e professores de capoeira.

Rosemberg falou sobre a importância da regulamentação da capoeira, sob a perspectiva da Educação e de reverenciar um dia estadual para a arte, luta e que represente toda a sua simbologia. “Desse encontro, sairá a orientação para regulamentarmos o dia e garantirmos a aplicabilidade de Leis. A decisão será coletiva”, garantiu o parlamentar. Na oportunidade, um breve relato histórico da capoeira foi apresentado, no que se refere a sua origem e transformações.

“Até 1930, a capoeira era uma expressão muito individualizada da resistência cultural e física, sem música, batuque, algo considerado subversivo. Nessa década, Mestre Bimba apresenta ao estado brasileiro, então governado por Getúlio Vargas, a capoeira que conhecemos hoje, com todos os seus estilos, muita música e reconhecida como prática esportiva. No entanto, não se extingue o preconceito com relação aos praticantes. É preciso descriminalizar a prática, reforçarmos e reestabelecermos, a cada dia, e não apenas num único dia, a formação da sociedade brasileira, com o legado da matriz africana, seja na religião, seja na resistência. Que essa Casa possa se debruçar nessa diversidade de estilos e sua importância como instrumento de consolidação da sociedade”, concluiu Rosemberg pedindo a benção aos mestres e professores e se comprometendo a ampliar as discussões no Parlamento e no Executivo.

O diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – Ipac, João Carlos de Oliveira, representando o governador Rui Costa, falou dos avanços na construção do Conselho Gestor e do Plano de Salvaguarda da Capoeira na Bahia, e na busca pela garantia a representatividade. “Existe uma relação conflitante entre o folclore, que retira o espaço de debate, e a tradição, que garante a representatividade e o lugar de fala. Nossa luta é pela tradição e o Salvaguarda é a nossa garantia. A Bahia é um local de resistência, esperamos que as políticas públicas, seja nas instituições, secretarias, seja no Parlamento e sociedade, possam dialogar”, avalia.

Vale ressaltar que o Salvaguarda foi criado, entre 2013 e 2016, a partir do reconhecimento da Roda de Capoeira e do Ofício de Mestre de Capoeira como patrimônio cultural do Brasil (registrados em 2008). O Plano construído pelos capoeiristas da Bahia define diretrizes, ações e metas a serem realizadas a curto, médio e longo prazo, em até dez anos, tendo como objetivo maior a salvaguarda, ou seja, o estímulo, o apoio, o fomento à capoeira, para que os saberes ligados a ela sejam mantidos e transmitidos para os jovens capoeiristas: os conhecimentos ligados aos toques, os movimentos, as histórias, as mandingas e rituais da capoeira e dos Velhos Mestres. Salvaguardar também significa buscar estratégias para que os Mestres possam viver dignamente da sua arte, ser reconhecidos, atuar como educadores e ter apoio quando trabalham no exterior, entre outras prioridades.

Para o representante do Conselho Gestor e mestre Duda, um dos homenageados, o Plano trata do registro de um bem que é o ofício de um mestre e a roda. “Queremos que o Estado reconheça que a capoeira tem as suas formas de se organizar e dialogar. Esse valor precisa ser reconhecido. A capoeiragem formou embaixadores e ocupa mais de 160 países. Precisamos de proposições. Temos 71 demandas e uma delas é a presença da capoeira nas escolas, para que tenhamos várias garantias e que nossos mestres ocupem e contem a nossa real história. A transformação já começou”, provoca.

Participaram ainda do ato a representante do Funceb, Janaína Cavalcante e o diretor geral do Centro de Culturas Populares e Identitárias da Bahia, André Reis. Foram homenageados um total de 18 mestres, contra mestres e professores, presentes ou representados, foram eles: Moa e Gato (in memorian), Paude Rato, Tonho Matéria, Busca Longe, Paredão, Bozó Preto, Ninha, Negona, Duda, Neco, The Flash, Denilson, Saravá, Marreco, Aristides, Didi e Boca Rica.

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