O agente, segundo as perguntas da PF a Youssef, apontou os delegados Igor Romário, Márcio Anselmo e Rosalvo Franco, que atuavam na Lava-Jato naquele período, como os mandantes da ação clandestina.
A PF também revela nas perguntas que a primeira sindicância realizada para investigar a colocação do grampo na cela do doleiro foi forjada para não apontar que a escuta estava ativa.
“O depoente sabe que essa nova sindicância apurou que a primeira sindicância sobre escuta foi falsa, pois o aparelho não foi colocado para ouvir Fernandinho Beira-Mar (versão oficial propagada pela Lava-Jato na ocasião), não estava desativado quando o depoente o encontrou e captou mais de 15 dias ininterruptos de conversa do depoente e de seus companheiros na cela?”, questionou a PF a Youssef.
“Tinha certeza que a escuta foi colocada lá e que estava ativa, mas não teve acesso a gravações nem conhecimento do resultado da sindicância. Tinha certeza que a primeira sindicância foi feita ‘para inglês ver’”, diz Youssef.
O doleiro foi questionado se tinha conhecimento de que a escuta instalada na cela era clandestina. Youssef diz que um de seus advogados foi até o então juiz Sergio Moro para confirmar se o aparelho havia sido instalado com autorização judicial e que Moro negou a ordem.
Atualmente, o delegado Igor Romário é diretor de combate ao crime organizado da PF. Rosalvo, que era o superintendente da PF em Curitiba na ocasião, é hoje o chefe da Secretaria de Operações Policiais Integrada do Ministério da Justiça.