Parlamentares do Partido Democrata acusam o presidente norte-americano, Donald Trump, de ameaçar testemunhas e de tentar obstruir o processo de impeachment, conforme publicou a Agência Brasil.
No segundo dia de audiências públicas, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia Marie Yovanovitch disse ter sido vítima de uma campanha de difamação. Segundo ela, seu afastamento prejudicou os interesses norte-americanos na Ucrânia.
Pouco antes de Marie ser ouvida pelo Congresso norte-americano, Trump escreveu na rede social Twitter, acusando-a de ser incompetente, tanto quando ocupou a embaixada dos Estados Unidos na Somália como na Ucrânia.
Em seguida, Trump usou a mesma rede para queixar-se de “caça às bruxas” empreendida pela porta-voz da maioria democrata na Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
“Não posso comentar o que o presidente dos Estados Unidos está tentando fazer, mas acho que o objetivo é intimidar”, disse a ex-embaixadora na audiência pública. O presidente do Comitê de Informações da Câmara, o deputado democrata Adam Schiff, respondeu que o Congresso leva a sério a intimidação de testemunhas.
Difamação
A ex-embaixadora disse ter sido vítima de uma campanha de difamação, enquanto a Casa Branca montava um canal diplomático paralelo. Marie Yovanovitch foi afastada do cargo de embaixadora na Ucrânia em maio. Dois meses depois, Trump ligou para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, para pedir a investigação dos negócios do filho do pré-candidato democrata Joe Biden, enquanto retinha uma ajuda militar de US$ 400 milhões para o país europeu.
A Câmara de Representantes ouviu a potas fechadas um diplomata que trabalha com o atual embaixador norte-americano na Ucrânia. Ele diz ter assistido a uma chamada entre Trump e o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland, em 26 de julho. Segundo o diplomata, na conversa, o presidente norte-americano perguntou como estavam as investigações sobre os Biden.
Depois de dois dias de audiências no processo de impeachment, Pelosi é mais definitiva quanto à destituição de Trump. “O suborno é dar ou retirar apoio militar em troca de uma declaração pública sobre uma falsa investigação sobre as eleições. Isso é suborno”, disse. Na próxima semana, a Câmara ouvirá oito testemunhas. Depois das audiências, os deputados decidirão se existem elementos para levar adiante o processo.