Exonerado nesta sexta-feira do cargo de diretor da Polícia Federal, o delegado Paulo Maiurino vinha acumulando desgastes no governo federal. Segundo integrantes da corporação, o ministro da Justiça, Anderson Torres, e Maiurino “estavam tento dificuldades de interação”. Os policiais, no entanto, não quiseram detalhar quais foram essas dificuldades.
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O delegado da PF também já foi alvo de queixas do presidente Bolsonaro por sua proximidade com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Maiurino se aproximou dos magistrados em 2019, quando foi secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) na gestão do então presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Mais de uma vez, quando ocupava o posto de chefe da PF, Maiurino foi questionado sobre sua proximidade com o STF, já que Bolsonaro acumula embates com o tribunal.
Como informou O Globo, a troca é atribuída, nos bastidores do Palácio do Planalto, a uma decisão do ministro Anderson Torres. Depois de consultar Bolsonaro, o ministro teve o aval para substituir Maiurino pelo delegado Márcio Nunes Oliveira.
Na gestão Maiurino, a PF vinha sendo acusada de sofrer interferência política por parte de Bolsonaro, fato negado pelo ex-diretor-geral. A última crise envolvendo o delegado aconteceu após a PF publicar uma nota em que rebateu o pré-candidato à presidência Sergio Moro, que disse que “hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção”. Em resposta determinada por Maiurino, a PF acusou o ex-juiz de mentir. O comunicado foi visto como um erro, inclusive por alguns integrantes do governo, que avaliaram que o posicionamento levou a PF para uma seara que não a pertence, o debate eleitoral.