Acusado de adesismo após a disputa pela presidência da Câmara vencida por Arthur Lira (PP-AL), o DEM terá a chance de mostrar independência em relação ao Planalto na definição do destino do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).
O parlamentar foi preso em flagrante na terça-feira (16) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Retomado por decisão da Mesa Diretora, o Conselho de Ética da Casa será presidido por Juscelino Filho (DEM-MA) até março, quando haverá nova eleição.
Além disso, caso o PSL opte pelo aditamento em representação que existe contra Silveira (uma via para que o processo seja agilizado), o relator será Alexandre Leite (DEM-SP), filho de Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo e aliado de João Doria (PSDB-SP).
Leite afirma que o DEM representa o centro moderado, “não tolera radicalismo nem intolerância. Temos alinhamento com pautas, não com o presidente [Jair Bolsonaro]. Não somos oposição ao governo e não somos aliados das más ideias”.
“O relatório não pode representar uma vontade do partido. O conselho trata da vida, da situação jurídica de outro parlamentar. Não pode ser expressão de questões político-partidárias”, completa.
O DEM entrou em crise após deixar de apoiar Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e adversário de Arthur Lira, aliado do Palácio do Planalto. Maia prometeu deixar o partido.
O presidente do DEM, ACM Neto (BA), disse à Folha que não descarta apoiar Bolsonaro em 2022. Acusado de ser adesista, disse na coluna Painel que são falsas as impressões de aproximação do seu partido com o governo e que o DEM se manterá independente.