domingo 17 de novembro de 2024
Deltan Dallagnol, ex-deputado federal pelo Novo-PR e ex-procurador da República - Foto: Reprodução/X
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segunda-feira 8 de abril de 2024 às 11:04h

Deltan afirma que a corrupção no Brasil se compara ao que ele chama de “abuso judicial do STF”

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Deltan Dallagnol, ex-deputado federal pelo Novo-PR e ex-procurador da República, continuou sua série de críticas ao Supremo Tribunal Federal durante um painel na Brazil Conference neste último domingo (7). Dallagnol, que coordenou a Operação Lava Jato e teve seu mandato cassado, fez uma comparação entre o que ele vê como um “arbítrio judicial crescente no Brasil” e a corrupção. De acordo com ele, isso seria o “segundo maior problema do país”.

“A Lava Jato combateu um tipo de abuso de donos de poder que se arrogavam dos seus cargos para praticar corrupção. Hoje, vemos um novo 2º tipo de abuso de poder que ó arbitro e o abuso judicial, que é tudo isso que vamos acontecer”, afirmou. Deltan disse que foi criado “um ambiente medo no Brasil”.

Dallagnol falou que há um “cerceamento de liberdade de expressão”. Ele classificou como “censura prévia” a determinação do ministro da Corte Alexandre de Moraes para a suspensão de contas na rede social X (ex-Twitter). “Não tem previsão legal. É o equivalente a você cortar a língua da pessoa”, disse.

O jornalista Felipe Moura Brasil, que atua como diretor de jornalismo do site O Antagonista e mediou o debate, também expressou críticas à Corte. Ele mencionou as críticas feitas por Elon Musk, proprietário do X, a Moraes em relação às restrições impostas pelo STF à plataforma. Musk, um bilionário, ameaçou encerrar as operações da rede social no país.

“Medidas autoritárias podem ser adotadas em nome de uma defesa da democracia e a gente tem que saber separar o que é a defesa real democracia ou que é algum tipo de manobra autoridade que vem desse contexto”, afirmou.

O jornalista fez ainda referência a uma declaração dada pelo ministro Luis Roberto Barroso no mesmo evento, em um painel no sábado (6.abr), de que qualquer crítica ao Supremo seria legítima. Moura rebateu: “Esse painel aqui nos Estados Unidos é uma oportunidade para exercer essa liberdade reduzida ou, às vezes, inexistente no Brasil.”

O congressista Alessandro Vieira (MDB-SE), que é senador, também fez parte do painel de discussão sobre corrupção. Ele expressou críticas à direção da operação, em oposição a Dallagnol. “Sou um admirador do trabalho da Lava Jato, mas reconheço que o apego a investigações e casos abriu espaço para questionamentos processuais. A opção política adotada em algum momento desse trabalho abriu espaço para impulsionar essa narrativa destrutiva. É preciso um mea culpa”, declarou.

Vieira também foi incisivo em críticas à família Bolsonaro. Ele disse que o vereador Carlos Bolsonaro (RJ-PL) “notoriamente opera uma máquina de crimes nas redes sociais” e que faz parte de uma “organização criminosa familiar”.

BRAZIL CONFERENCE

Desde 2015, estudantes brasileiros da área de Boston, nos Estados Unidos, um lugar famoso por acolher imigrantes latinos ilegais, principalmente do Brasil, organizam um evento anual.

Embora o evento ocorra em uma cidade dos EUA, a maioria dos painéis é apresentada por brasileiros que falam português. Além disso, a audiência é composta principalmente por brasileiros, criando uma atmosfera que remete a uma conferência em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

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