Os mais de 200 delegados da Bahia que haviam entregue os cargos essa semana voltaram atrás nesta sexta-feira (14).
A decisão foi tomada em assembleia realizada hoje pela manhã no sindicato da categoria, em Piatã, e contou com representantes da capital e do interior.
Na última terça-feira (11) cerca de 200 delegados entregaram os cargos em protesto contra a reforma administrativa proposta pelo governador Rui Costa (PT). A principal queixa da categoria é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impõe o salário do governador, de R$ 22 mil, como teto para os servidores públicos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), Fábio Lordello, a decisão desta sexta-feira foi um voto de confiança depois que o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, se reuniu com os chefes dos departamentos policiais para detalhar a proposta feita pelo estado.
“Ainda não tivemos acesso ao conteúdo do texto depois que ele sofreu ajustes. Estamos tentando ter acesso a redação final, mas, a categoria vai suspender temporariamente a decisão adotada em um voto de confiança nas negociações”, afirmou.
O que a proposta que está tramitando na Assembleia Legislativa da Bahia diz, na prática, é que nenhum funcionário público do estado poderia ter salário superior ao do governador, mas alguns delegados têm rendimentos que superaram esse teto. Segundo o sindicato, se essa medida for aprovada, parte da categoria terá perdas na remuneração que podem chegar a 40%.
Um dia depois dos delegados entregarem os cargos o secretário da Segurança Pública, convidou os dirigentes dos departamentos policiais para apresentar detalhadamente a proposta feita pelo governador. Segundo o Estado, a categoria não terá perdas salariais. Durante o encontro foram feitos ajustes no texto e as mudanças foram encaminhada para aprovação do governador.
Nesta sexta, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB) resolveu discutir as mudanças feitas na matéria, mas, segundo a diretora Marta Nunes, o conteúdo ainda não foi disponibilizado pelo estado segundo o jornal Correio.
“Estivemos com o líder do governo na Assembleia Legislativa ontem, mas ele disse que também não tinha recebido o texto. Soubemos que as perdas serão menores com os ajustes que foram feitos, mas não temos os detalhes”, afirmou.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 154 está tramitando nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
A primeira votação aconteceu sem problemas, sendo acatado por unanimidade (governistas e oposição) que os servidores públicos não podem ter salários ou qualquer outro tipo de vencimento e proventos superiores ao que recebem os chefes dos Poderes aos quais estão vinculados.
Com a aprovação por governistas e oposição, a matéria segue agora para votação em dois turnos no plenário, que devem acontecer na próxima semana – nesta segunda-feira (17) e próxima quinta-feira (20).