O ex-procurador da República Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, ironizou a entrevista do atual ministro da Justiça, Flavio Dino (PSB), sobre o caso Marielle Franco. Dallagnol, que teve seu mandato de deputado federal cassado pelo TSE, questionou o fato de o ministro citar o instrumento da delação premiada na resolução do assassinato da vereadora carioca e do seu motorista, Anderson Gomes.
“Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos? ?”, ironizou o ex-procurador.
Dallagnol deixou o comando da operação Lava Jato em setembro de 2020, após seis anos na condução da investigação dentro do Ministério Público Federal (MPF). Meses depois, o procurador-geral da República Augusto Aras dissolveu a força tarefa em Curitiba, e fez críticas ao trabalho de procuradores.
O instrumento da delação premiada foi questionado por governistas, e petistas, ao longo de toda a Lava-Jato.
Deltan Dallagnol perdeu o mandato como deputado federal em maio deste ano, por decisão pautada na Lei da Ficha Limpa. Os magistrados do TSE entenderam que o ex-parlamentar deixou o Ministério Público para escapar de possíveis punições referentes à sua atuação na Operação Lava-Jato.