‘Deixo a porta aberta’, diz Nikolas sobre disputar o governo de Minas Gerais

A polêmica do pix e o crescimento exponencial do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem o credenciado a sonhar com voos mais altos que um segundo mandato na Câmara dos Deputados – tema de reportagem da revista Veja.

Em entrevista, ele afirma que almeja uma candidatura ao Senado, mas, para isso, depende do êxito de uma PEC que reduz a idade mínima de 35 para 30 anos e que está sendo costurada pelo deputado Eros Biondini (PL-MG), com apoio de Nikolas. A proposta, se aprovada, também reduz a idade mínima para presidente dos mesmos 35 para 30 anos. Enquanto isso, ele afirma que o seu candidato ao Palácio do Planalto é Jair Bolsonaro, apesar das críticas feitas pelo ex-presidente, e diz que a porta “está aberta” para uma tentativa ao governo de Minas Gerais em 2026.

Leia a íntegra da entrevista a seguir:

O deputado Eros Biondini (PL-MG) está trabalhando na coleta de assinaturas de uma PEC que reduz a idade mínima para algumas candidaturas. O senhor acredita que pode ser beneficiado? Com certeza. Não sei quais são os candidatos ao Senado em Minas, mas acredito que meu nome se encaixaria muito bem.

Seu vídeo sobre a polêmica do Pix teve um recorde de visualizações, foram mais de 309 milhões. O senhor tem algum marqueteiro, algum profissional de comunicação que ajuda na sua estratégia? Não, não tenho nenhum. A questão do marqueteiro do Bolsonaro é pura mentira (sobre a informação veiculada de que teria sido instruído por Duda Lima, marqueteiro de Bolsonaro). O Bolsonaro mesmo não sabia. Escrevi o roteiro no meu celular, como faço com todos os outros conteúdos. Aquele estilo de vídeo eu já usei em vários outros. Basta olhar o meu Instagram. Não tinha nada de novo ali, a não ser o tema. As pessoas se uniram em torno dele, o que fez o sucesso da visualização.

Por que os conteúdos do governo federal não tiveram o mesmo alcance? Primeiro, eu que cuido da minha rede social. A identidade dos meus posts fica com a minha cara. Eu não coloco isso na mão de nenhum marqueteiro, de nenhuma pessoa. Tudo aquilo que o dono cuida sempre vai ter um melhor resultado. A segunda questão é a veracidade do discurso. Eu fiz um discurso que, querendo ou não, abrangeu todas as pessoas, sejam elas de esquerda, de direita ou de centro. Falta veracidade nas publicações do governo. Nada melhor do que a verdade para alcançar as pessoas.

O senhor acha que o episódio do Pix fortalece o seu protagonismo para tentar algum cargo em 2026? A vida não é feita só de cargos. Eu fico feliz de ser cogitado para outros cargos, mas não faço as coisas pensando nisso. Estou realizando o meu trabalho como deputado, que é fiscalizar o poder público. Foi exatamente o que eu fiz. Eu fiscalizei o governo e, graças a Deus, através do meu vídeo, consegui ajudar 220 milhões de brasileiros. Porque, independente de gostarem de mim ou não, não vai ter mais a lupa do governo em cima, principalmente, dos mais pobres. Era a intenção do governo passar um “pente fino” em todas essas contas, o que afetaria essas pessoas. Voltando à pergunta anterior, o governo não conseguiu ser sincero, não conseguiu bancar o que queria fazer, que era passar o “pente-fino”. O governo não conseguiu sustentar isso, porque, obviamente, seria muito ruim para a classe trabalhadora desse país.

Ontem, o senhor apareceu nas redes sociais com Pablo Marçal, que disse que quer tentar a Presidência da República. Jair Bolsonaro diz que é o único candidato do PL. Ronaldo Caiado quer sair candidato. Nesses últimos dias, o cantor Gusttavo Lima também falou que tem interesse. A direita está rachada para 2026? Não está. Meu candidato continua sendo Bolsonaro. Pelas pesquisas, o único que ganha as eleições contra Lula é o Bolsonaro. Não pode ter nenhum tipo de divisão. Porque a direita não vai chegar lá se não for com ele.

Em 2026, podemos esperar uma candidatura sua como senador? Ou governador de Minas? Se a PEC for aprovada, pode ter certeza que eu ficaria muito feliz em representar meu estado e o Brasil como senador. Para o governo, confesso que deixo a porta aberta. Ainda é necessário tempo para avaliar todo o cenário do Executivo para o estado de Minas.