Após a definição do primeiro escalão do governo, o PT agora tenta chegar a um acordo sobre quem ocupará os principais postos do partido na estrutura da Câmara. Um dos nomes dados como certos segundo Gabriel Sabóia, do O Globo, era o do deputado Zeca Dirceu (PR) como líder da bancada no primeiro ano, mas embates internos podem colocar essa definição em risco. Há divergências, por exemplo, sobre quem irá sucedê-lo na função de líder e sobre o nome que será indicado pela sigla para um cargo na Mesa Diretora da Casa.
Grupos minoritários dentro do partido solicitam ter a liderança no segundo ano de governo e direito a uma vaga na Mesa Diretora. Uma reunião entre as lideranças do partido para discutir a questão está marcada para hoje.
Ao menos três deputados se colocam como candidatos à liderança do partido no segundo ano de governo: Odair Cunha (MG), Hélder Salomão (ES) e Lindbergh Farias (RJ).
O embate interno se repete na disputa pelo espaço que cabe ao PT no comando da Câmara, em que Carlos Zarattini (SP), Maria do Rosário (RS) e Marcon (RS) são cotados para o posto. O partido, contudo, ainda negocia com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) — a quem a sigla já declarou apoio à reeleição — se ficará com a vice-presidência ou a 1ª secretaria.
Zeca Dirceu afirmou no jornal O Globo, que essas questões serão discutidas internamente e minimizou as divergências.
— Tudo será resolvido pacificamente, com um acordo, eu aposto. Vamos conversar e aparar estas arestas — disse.
Rearranjo
O embate entre alas do PT também provocou rearranjos na distribuição ministerial de Lula. Para contemplar as diferentes correntes que existem dentro do partido, Lula deu a pasta do Desenvolvimento Agrário ao deputado Paulo Teixeira (SP), depois de o ter desalojado do Ministério das Comunicações, que ficou com Juscelino Filho (União- MA).
O deputado Paulo Pimenta (RS), que a exemplo de Teixeira compõe uma corrente minoritária dentro do partido, ficou com a Comunicação Social da Presidência.
Os outros petistas do ministério de Lula pertencem à majoritária CNB, como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação).