O caso da morte do guarda municipal Marcelo Arruda durante seu aniversário de 50 anos, no último sábado, em Foz do Iguaçu ganhou mais uma polêmica. A defesa do policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, o qual matou Arruda enquanto a vítima celebrava mais um ano de vida com festa temática do PT, pediu à Justiça do Paraná que seja realizado exames periciais para analisar a possibilidade de embriaguez da vítima. As informações são do UOL.
Em entrevista ao UOL, um dos defensores da família do petista , o advogado Daniel Godoy afirma que a ação é uma manobra para culpar a vítima pelo crime: “é uma tentativa de criminalizar a vítima, justificar a versão de que se trata de briga de bar e de descaracterizar o crime de ódio por motivação política”.
A defesa do atirador inclusive solicitou o acesso às imagens de câmeras de vigilância para verificar se houve o consumo de bebida alcoólica pela vítima.
Na tese sustentada pela defesa de Garanho, a ação do guarda municipal foi em legítima defesa, o que vai de encontro com as imagens registradas no local do crime. A advogada Marise Jussara Franz Luvison, indicada pelo Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal de Catanduvas (PR), onde Jorge trabalha, ainda diz que a vítima retirou a arma da cintura e a apontou para Guaranho.
“Jorge Guaranho realiza passos para trás e, na busca de se defender, aponta a arma em direção a Marcelo”, cita a advogada no documento enviado à Justiça.
“As imagens mostram que o acusado Jorge profere algumas palavras, e pelo que indica, pedindo para que a vítima abaixasse a arma, o que é ignorado, e ainda assim, Marcelo contínua indo ao encontro do acusado com a arma em punho apontada na direção de Jorge, obrigando-o a efetuar dois disparos na busca de sua defesa”.
Como registrado nas imagens, Guaranho foi baleado após atirar em Arruda. O policial penal está internado da UTI do Hospital Ministro Costa Cavalcante, ele recebeu golpes na cabeça de dois convidados da festa.
Defesa da vítima nega legítima defesa
“Guaranho atira duas vezes para dentro. Depois, entrou no local e desferiu mais um tiro quase à queima-roupa. Só depois de atingido e caído no chão é que Marcelo atira”, relata Daniel Godoy, advogado da família de Arruda.
“Não existe amparo legal para a atuação do sindicato, que pode atuar em questões de natureza coletiva, que envolvam a categoria. Esse caso diz respeito à prática de um crime”, argumenta Godoy.
Polícia segue com investigações
Até o momento, a Polícia Civil do Paraná já ouviu oito pessoas envolvidas no caso. A reconstituição do crime deverá acontecer nos próximos dias. Por conta do caso, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sediada na capital Curitiba segues como responsável pela investigação, além de uma força-tarefa “para garantir celeridade na apuração dos fatos”, informou a Secretaria da Segurança Pública do Paraná.