Aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), querem que ele lance uma ofensiva de campanha à reeleição mais explícita, se colocando como o único capaz de comandar o Congresso tendo como foco a defesa da democracia e a investigação e punição da invasão do prédio no dia 8 de janeiro. Nessa estratégia, a ideia segundo Vera Magalhães, do O Globo, é associar o candidato adversário, Rogério Marinho (PL), ex-ministro de Jair Bolsonaro, aos defensores dos atos golpistas.
A avaliação dos que defendem a reeleição de Pacheco notam que, embora no debate público Marinho se apresente como bolsonarista “light”, nos bastidores a campanha do ex-ministro faz pesada pressão sobre senadores e de ataques ao atual presidente da Casa nas redes sociais. Isso porque Pacheco virou um dos alvos preferenciais do bolsonarismo graças a sua recusa a abrir processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
Por essa estratégia, Pacheco deve se posicionar cada vez mais em defesa da retomada do diálogo e da quebra da polarização radicalizada que culminou no 8 de Janeiro. Nos próximos dias, os partidos devem começar a anunciar apoio oficial ao mineiro, tendo essa como a principal justificativa. Nesse movimento, partidos que não estiveram com o senador do PSD em sua primeira candidatura devem declarar voto nele tendo a defesa da democracia como ponto de virada.Pacheco deverá ter seu primeiro encontro com Lula desde os ataques terroristas à Praça dos Três Poderes na volta do presidente de seu giro por Argentina e Uruguai. Lula deverá ter postura distante da eleição das Mesas das duas Casas, escaldado com ocasiões anteriores em que o Planalto se envolveu demais e se desgastou, como na eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara em 2015.