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segunda-feira 24 de janeiro de 2022 às 09:48h

Defensores da cloroquina contra Covid articulam candidaturas pelo país

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No auge das primeiras duas ondas da pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2021, diversos médicos e políticos ganharam os holofotes defendendo tratamento sem comprovação de eficácia para a doença, embalados pela propaganda do presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, segundo Marcelo Montanini em sua coluna no Metrópoles, enquanto a terceira onda do Sars-Cov-2 avança pelo país impulsionada pela variante Ômicron, vários deles articulam candidaturas às eleições de outubro.

Dois nomes expressivos dessa bancada de “cloroquiners” são as médicas Nise Yamagushi e Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. Ambas defendem o kit Covid – composto por cloroquina, azitromicina, ivermectina e outras drogas –, foram investigadas pela CPI da Covid-19 e avaliam candidaturas ao Senado.

Nise Yamagushi sinaliza que foi justamente o depoimento à comissão o gatilho para resolver se candidatar. A médica anunciou, no fim de dezembro passado, nas redes sociais que é “pré-candidata independente ao Senado Federal por São Paulo”.

“Não tenho partido. Não sou política. Não sei ainda qual partido vou escolher, mas eu sei que vou ser uma pessoa independente. Estou dizendo que vou ter uma candidatura independente. Qual vai ser o partido? O mais ético que encontrar, o mais correto que encontrar”, declarou Nise.

Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” pela defesa enfática e incessante do medicamento contra a Covid, também vem ensaiando entrar na corrida eleitoral. Ela se notabilizou, além da ênfase no uso do kit Covid, por ter liderado uma comitiva que foi a Manaus, capital do Amazonas, há um ano, defender a prescrição da cloroquina, enquanto o local vivia uma crise de oxigênio.

A médica cearense, que já foi candidata à Câmara dos Deputados, em 2014, e ao Senado Federal, em 2018, e perdeu as duas disputas, aproximou-se do deputado federal Capitão Wagner (Pros-CE), pré-candidato ao governo do Ceará, e de outros bolsonaristas. Criou uma logomarca com tom eleitoral para as redes sociais e tem feito publicações relacionadas ao trabalho ou com críticas a adversários.

Recentemente, segundo publicou Marcelo Montanini, no Metrópoles, Pinheiro realizou uma enquete com seguidores sobre uma possível candidatura ao Senado, colocando-se como adversária do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), cujo mandato se encerra neste ano. Jereissati, porém, já anunciou que não deve tentar a reeleição.

A médica disse ao Metrópoles que aguarda pesquisas internas para definir sobre a candidatura, o que deve ocorrer até o fim de janeiro. Ela avalia disputar uma vaga ao Senado ou à Câmara dos Deputados e, caso confirme que concorrerá, se filiará ao PL.

A também médica Raissa Soares é outra profissional que ganhou notoriedade nas redes sociais pela defesa dos fármacos sem eficácia contra a Covid. Ela gravou um vídeo em meados de 2020 pedindo carregamento de cloroquina ao presidente Bolsonaro para Porto Seguro, na Bahia, onde atua como médica na rede municipal, e foi atendida. Após isso, ela foi recebida pelo presidente no Palácio do Planalto.

Em janeiro de 2021, assumiu a Secretaria de Saúde de Porto Seguro e deixou o cargo em novembro passado. Ela se filiou ao PL no fim de dezembro e articula a candidatura ao Senado pela Bahia.

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