Com apresentação do jornalista Carlos Nascimento, acontece neste sábado, 24 de setembro, o debate com os candidatos à Presidência da República, realizado pelo maior pool de veículos desta eleição, formado pelo SBT, CNN Brasil, Veja, Nova Brasil, Estadão/Rádio Eldorado e Terra.
Ciro Gomes (PDT), Felipe d’Ávila (Novo), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) participam do debate. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu.
No primeiro bloco do debate entre presidenciáveis no SBT, os candidatos fizeram perguntas uns para os outros. Ausente no debate, Lula (PT) foi o assunto mais comentado entre os candidatos no início do debate. Frases de efeito e até piadas deram a tônica. O primeiro embate foi travado entre Simone Tebet (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
A candidata afirmou que Bolsonaro diz defender a família, as mulheres e as crianças brasileiras, mas enviou para o Congresso orçamento com cortes na educação, desrespeita as mulheres e as vítimas da pandemia.
Bolsonaro respondeu afirmando que o orçamento é feito a 4 mãos e diz não ser justa essa acusação pois o orçamento ainda não foi votado. Afirma que Tebet votou para derrubar seu veto ao orçamento secreto. “João 8:32 vai continuar presente no meu governo”. Chama atenção para a ausência de Lula e afirma defender as mulheres.
Em seguida, o presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou Padre Kelman (PTB) sobre posicionamento de presidentes: “O Brasil deve fazer gestões contra ditaduras no mundo?”
Padre Kelman disse que Brasil tem uma população majoritariamente cristã e que corre o mesmo risco que o da população da Nicarágua, que enfrenta uma ditadura. Menciona o Foro de São Paulo e insinua uma suposta ligação entre a esquerda brasileira e o ditador da Nicarágua. “Nós católicos ortodoxos e evangelicos precisamos ficar atentos.”
Na réplica, Bolsonaro concorda com o padre e diz que o Brasil acolherá religiosos perseguidos pelo mundo. O padre defende uma união entre cristãos e afirma: “Nós cristãos vamos reagir”.
Ciro Gomes (PDT) se dirige a Soraia Thronick (União Brasil) elogiando a candidata por ter se arrependido de votar em Bolsonaro e faz pergunta sobre corrupção.
Soraia responde que um debate é como uma entrevista de emprego. “Você contrataria um cadidato que não veio à entrevista?” e afirma que Lula nao gosta de trabalhar.
Soraia afirma que ajudou a eleger Bolsonaro e não se arrependeu naquele momento porque era necessário, mas afirma sentir decepção. “Acreditei muito e com veemência, mas ele abandonou aquelas bandeiras. Por que ele traiu a nação brasileira?”
Soraia Thronick se dirigiu a Felipe d’Ávila. “Candidato, o que é o que é: não reajusta a merenda, mas gasta milhões com leite condensado.Tira remédio, mas gata com viagra. Não compra vacina, mas compra prótese peniana para amigos”.
D’ávila diz que a polarização vem acabando com discussão de propostas no brasil.Menciona PEC kamikaze quebrando o Teto de Gastos e o orçamento secreto. Soraia afirmou que governo Bolsonaro “estragou a reputação de uma direita brasileira que estava nascendo”
Padre Kelmon (PTB) questionou Ciro Gomes (PDT) por não frequentar igreja fora do período eleitoral e pergunta se o candidato é contra o aborto. “Assinaria pacto pela vida, se comprometendo a defender a vida dos bebÊs ainda no ventre das suas mães?”
Ciro argumentou que está mais concentrado na questão do desemprego da população brasileira e no programa de renda mínima. Adverte sobre o não poder do presidente neste assunto e menciona aspectos de saúde pública e morais.
Na réplica, Padre Kelman afima que o aborto é um assassinato: Temos que ter posicionamento firme na defesa da vida”.
Por fim, Felipe d’Ávila perguntou a Simone Tebet como a senadora votará sobre o aumento do poder judiciário.
Tebet afirmou que votará contra. “Não podemos admitir um país com 33 milhões de pessoas em insegurança alimentar e 10 milhões desempregados. É vergonhoso, afrontoso e imoral”. Também promete vetar o aumento se ganhar a presidência: “Nossa obsessão é emprego, emprego, emprego. e para isso, o brasil precisa voltar a crescer”.
D’ávila aproveita a réplica para afirmar que é contra o corporativismo. “O judiciário precisa cumprir papel de corte constitucional. É hora de enquadrar o STF, que foi responsável por soltar Lula e deixar um criminoso concorrer à presidência. Chega de Lula.”
Veja as regras do debate:
- Primeiro bloco: Candidato pergunta para candidato, seguindo a ordem do sorteio. Cada um perguntará e será chamado a responder apenas uma vez. Quem fizer a pergunta terá direito a réplica, e o que responder poderá fazer a tréplica. A ordem é Simone Tebet, Jair Bolsonaro, Lula, Ciro, Soraya Thronicke , Padre Kelmon e Felipe D’Avila;
- Segundo bloco: Seis jornalistas, representando cada um dos veículos do pool, escolherão 2 candidatos: um para responder e outro para comentar a resposta. Aquele que responder à pergunta do jornalista terá direito a réplica após o comentário. Nesta rodada, cada um será chamado uma vez;
- Terceiro bloco: Candidato pergunta para candidato, seguindo a ordem do primeiro bloco – cada um perguntará e será chamado a responder apenas uma vez. Quem fizer a pergunta terá direito a réplica, e o que responder poderá fazer a tréplica. A ordem será D’Avila, Padre Kelmon, Soraya, Ciro, Lula, Bolsonaro e Tebet.
- Quarto bloco: Segunda rodada de perguntas dos jornalistas voltam a fazer perguntas aos candidatos, seguindo as mesmas regras do segundo bloco. O debate é finalizado com as considerações finais, seguindo a ordem do sorteio. A ordem será Tebet, Bolsonaro, Lula, Ciro, Soraya, Padre Kelmon e D’Avila.
Se os candidatos se sentirem ofendidos, poderão pedir um direito de resposta caso sejam ofendidos moral e pessoalmente. O pedido, que será avaliado por um corpo jurídico, deve ser dirigido ao mediador no momento da ocorrência ou ao final da fala do candidato que a proferiu.