Depois de seis anos preso sob acusação de corrupção, o ex-governador do Rio de Janeiro afirma ter saído diferente da cadeia.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele faz autocrítica por seu relacionamento próximo com empresários durante sua gestão (2007-2014) e a compra de joias.
Cabral admite que cometeu erros. “Tenho que enfrentá-los, como enfrentei. Fiquei seis anos preso injustamente diante das circunstâncias e do número de processos” que, segundo ele, foram inventados contra sua pessoa.
Referindo-se à delação premiada, diz que não tem interesse nesse expediente. “Abomino delação. Em 2019, estava completamente arrasado. Família destruída, casamento acabado, filho perseguido. Já estava há quase três anos preso e fui manipulado. Graças a Deus o Supremo [Tribunal Federal] tornou ela inválida. Reitero aqui o pedido de desculpas às pessoas citadas. Eu não trago comigo o fardo dessa história”.
Questionado sobre que erros confessa, Cabral diz: “Estamos numa luta muito intensa para enfrentar esses processos, mostrar a ilegalidade e a incompetência do juiz. Não quero falar sobre isso enquanto anda. O próprio juiz Bretas está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça”.
Questionado se sofreu alguma pressão do juiz Bretas, Cabral afirma: “Vamos deixar o CNJ investigar, mas eu já fiz uma declaração registrada em cartório em que eu conto um episódio, passo a passo, da abordagem em que o juiz delegou ao seu parceiro, o advogado Nythalmar [Dias Filho], a ida a Bangu 8 para me fazer uma oferta de devolução de patrimônio barra [em troca de] decisão dele como consequência. O método da 7ª Vara é fascista e ilegal. Os procuradores e o juiz abusaram muito dos seus poderes”.