Com a chegada de Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, recebeu aceno do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), com um convite para ocupar cargo no primeiro escalão da gestão municipal. O “zero dois” de Flávio Dino já sinalizou a intenção de deixar o governo.
Cappelli foi convidado segundo Julia Noia, do O Globo, para integrar o secretariado de Paes, mas ainda sem definição de para qual pasta. De férias com a família, o secretário-executivo ainda não deu uma resposta à proposta. Em publicação nas redes sociais feita nesta quinta-feira, ele afirmou que, após as férias, vai voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça.
Nos últimos dias, Paes e Cappelli vêm trocando gestos nas redes socais. Nesta terça-feira, o prefeito marcou o perfil pessoal do secretário-executivo no X (ex-Twitter) ao denunciar que criminosos exigiram recursos de empreiteira para a implantação de obra da prefeitura na Zona Oeste da cidade. “Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar”. Em resposta, Cappelli, que neste momento atua como ministro da Justiça interino, falou que o caso é “inaceitável” e disse ter acionado equipes da Polícia Federal (PF) na capital:
“Caro prefeito @eduardopaes, equipe da PF no Rio já em contato com a sua equipe colhendo informações. É inaceitável que criminosos dominem territórios e cobrem taxas de empresas e na casa de moradores. Simplesmente inaceitável. Vamos agir”.
A saída do atual titular da Justiça, Flávio Dino, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma incerteza quanto ao futuro de Cappelli, o “zero dois” da pasta. Inicialmente, foi estudado o desmembramento e a recriação do Ministério da Segurança Pública para manter a participação do PSB na Esplanada — tanto Dino quando Cappelli são filiados à legenda —, mas a ideia não vingou.
A mudança na composição com a chegada de Lewandowski deve comprometer o cargo ocupado pelo secretário-executivo. A aliados, ele vem falando que concordaria em permanecer no Ministério da Justiça, mas somente se pudesse continuar no mesmo posto.