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terça-feira 24 de dezembro de 2024 às 08:51h

De olho em 2026, João Campos contempla PT, MDB e União Brasil no secretariado em Recife

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


Tido como pré-candidato ao governo do estado de Pernambuco em dois anos, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), faz movimentações políticas favoráveis a partidos que podem lhe conferir o apoio necessário na disputa contra a governadora Raquel Lyra (PSDB). A montagem de seu secretariado municipal neste segundo mandato contempla o PT, o MDB e o União Brasil.

No caso do PT, partido do presidente Lula, o prefeito irá manter as atuais duas pastas — Meio Ambiente e Habitação. A medida visa conter o mal-estar com a sigla após as eleições municipais deste ano, quando os petistas se sentiram preteridos na escolha da vice-prefeitura e durante os atos de campanha.

O descontentamento favorece Lyra, que tem a fidelidade dos três deputados estaduais da sigla na Assembleia Legislativa e vem se aproximando do governo federal nos últimos tempos. A expectativa é de que ela venha a deixar o PSDB e migre para o PSD, que também integra a base do Planalto.

Outro partido que João Campos irá manter em seu escalão é o União Brasil, que hoje possui o Turismo e o Desenvolvimento Econômico.

Oficialmente, nesta segunda-feira, o prefeito fez mais um aceno significativo. Ele anunciou o nome do presidente municipal do MDB, Raul Henry, como secretário de Relações Institucionais. O partido já chegou a ter indicações no Palácio das Princesas, mas desembarcou da gestão de Lyra. Hoje, há integrantes do MDB, à exemplo do senador Fernando Dueire, que são aliados da governadora.

Os três partidos são considerados por articuladores como estratégicos, por terem alas mais próximas a Campos e Lyra, cabendo ainda uma disputa pelo favoritismo. A montagem do secretariado do prefeito é mais um capítulo da dissonância entre os dois.

Guerra fria

Essa disputa por aliados fazem parte dos bastidores da política pernambucanas desde 2023. Apesar de adotarem uma postura republicana publicamente, na exceção de uma indireta ou outra, o prefeito e a governadora só teriam se reunido sozinhos uma vez e se esforçam para atrapalhar os planos um do outro.

Campos tem dificultado a relação de Lyra com a Assembleia Legislativa. Quando Raquel Lyra foi eleita, ele já havia feito um acordo com o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), por cargos na Mesa Diretora. No início do ano, na sessão que marcou o retorno do Legislativo, o microfone de Porto vazou enquanto ele criticava o discurso de Lyra.

Em contrapartida, Lyra tem atrapalhado o prefeito em sua relação local com o PT, que tem mágoas em relação a Campos. O partido queria a vaga de vice na chapa à reeleição e terminou preterido por Victor Marques (PCdoB), ex-assessor do prefeito.

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